A Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) selecionou a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e uma empresa biofarmacêutica da Argentina como os dois locais na América Latina para o desenvolvimento e a produção de vacinas de mRNA (RNA mensageiro) contra a Covid-19, anunciou o braço regional da OMS ( Organização Mundial de Saúde) hoje (21).
A ideia é aproveitar as capacidades atuais de manufatura da Fiocruz e do Sinergium Biotech, na Argentina, para ajudar a transferir a tecnologia da vacina desenvolvida pela farmacêutica Moderna nos Estados Unidos para a América Latina, região duramente atingida pelo coronavírus e que ainda não tem acesso suficiente às vacinas.
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O Instituto de Tecnologia de Imunobiologia de Bio-Manguinhos, da Fiocruz, um dos principais laboratórios biomédicos do Brasil, foi escolhido por seu histórico na fabricação de vacinas, e já fez “avanços promissores” no desenvolvimento da tecnologia de vacinas mRNA, afirmou a Opas.
“Esta será uma tecnologia que vem se somar à plataforma de adenovírus, utilizada na vacina Fiocruz/AstraZeneca para a Covid-19. O desenvolvimento de uma vacina da Fiocruz de mRNA é um passo fundamental para que o Brasil detenha o domínio tecnológico de duas plataformas fundamentais para o avanço no desenvolvimento de imunobiológicos”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, em nota.
Segundo ela, ainda é cedo para falar sobre datas e cronograma para a produção, mas o apoio da OMS “será decisivo” para que o desenvolvimento ocorra de maneira mais breve possível e dentro dos protocolos de segurança e qualidade mundiais.
Na Argentina, a Sinergium Biotech, empresa biofarmacêutica do setor privado, foi selecionada como centro e fará uma parceria com o laboratório farmacêutico mAbxience, do mesmo grupo, para desenvolver e produzir o ingrediente farmacêutico ativo.
A Opas disse que a fabricação de vacinas deve beneficiar a região inteira, com a distribuição financiada pelo Fundo Rotativo da Opas.
Uma iniciativa similar na África para desenvolver a produção de vacinas contra a Covid-19 replicando o imunizante da Moderna foi desacelerada por negociações com a farmacêutica norte-americana, conforme disse uma autoridade da OMS à Reuters na semana passada.(Com Reuters)
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