Há milhares de anos, o consumo moderado de uma bebida alcoólica traz uma sensação gostosa de relaxamento. As pessoas ficam mais sociáveis, o riso e as conversas ficam mais soltos. Não à toa, praticamente todo evento social, entre eles as festas de fim de ano, está associado ao consumo de álcool.
A maior parte das pessoas bebe para ter essa sensação de leveza, que dura só até o efeito do álcool passar. Uma parcela menor, ingere para ficar bêbado. Há um mito – ilusório – de que, ao ingerir mais álcool, as pessoas se divertirão mais, aproveitarão mais a festa. Mais do que isso, há uma pressão social, especialmente quando se está entre amigos, para que cada um desse grupo consuma mais ou menos a mesma quantidade.
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Este provavelmente será o primeiro fim de ano, após o início da pandemia, em que poderemos nos reunir com nossas famílias e nossos amigos para celebrar. A pandemia ainda não acabou, mas com a terceira dose de vacina liberada, muitos já receberam um reforço importante para o Natal e Réveillon.
Como celebrar com álcool, mas com inteligência?
1. Coma. Não é preciso fazer uma refeição completa antes de consumir um drinque, mas coma algo, principalmente um alimento rico em carboidrato. Isso evitará a absorção rápida de álcool pelo organismo.
2. Prefira bebidas mais leves. Bebidas com teor alcoólico entre 20% e 30% são rapidamente absorvidas pelo corpo, fazendo com que você fique embriagado rapidamente. Alguns exemplos são o gin, o uísque e até o vinho do Porto. Como o verão se aproxima, prefira a cerveja, que tem um teor alcoólico entre 3% e 8%.
3. Não queira experimentar, no Natal ou no Réveillon, uma bebida que nunca tomou, até porque você não conhece como o seu organismo reagirá a ela. Procure consumir algo a que você já esteja acostumado.
4. Hidrate-se. O álcool desidrata o corpo, aumentando as chances de que o seu dia seguinte seja ruim. Tenha um copo de água por perto, para hidratar-se ao longo da noite.
5. Você tem um grilo falante? O grilo falante era aquele personagem do desenho animado Pinóquio que dava conselhos ao boneco de madeira. Se puder, tenha alguém de sua confiança que possa avisá-lo se por acaso perceber que você passou do limite e está entrando na zona perigosa dos comportamentos e falas inadequadas.
6. Nunca, em hipótese alguma, misture álcool com drogas ou remédios. O cérebro já está intoxicado com álcool. Para que acrescentar ainda mais droga? Também não misture tipos diferentes de bebidas, como destilados com fermentados.
7. Reduza os danos. Sempre vale lembrar: se for beber, não dirija. Há sempre alguém, em qualquer evento social, que não bebe. Pegue uma carona, um táxi ou transporte de aplicativo.
8. Beba com moderação. Beber de forma responsável e inteligente é beber com moderação. Moderação não tem a ver com a quantidade que se ingere, porque o organismo de cada pessoa reage de forma diferente ao álcool, mas com os efeitos que ele causa em você. Moderação significa, como eu apontei no início do texto, beber o suficiente para sentir-se levemente relaxado.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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