Apesar de a ideia de aproveitar o sol e pegar um bronze soar maravilhosa, a exposição prolongada à luz do sol pode causar sérios danos para a pele.
De acordo com uma pesquisa de 2013, a exposição aos raios UV é responsável por cerca de 80% dos sinais de envelhecimento que vão de rugas e linhas finas até a hiperpigmentação, incluindo textura irregular e flacidez.
Além disso, “lesões pré-cancerígenas ou queratose acnéica e lesões de câncer de pele também estão entre os efeitos a longo prazo dos danos solares”, diz a Dra. Hope Mitchell, médica dermatologista e de cosmética fundadora do Mitchell Dermatology.
Enquanto isso, a curto prazo, muita exposição solar pode causar queimaduras das mais leves às mais severas. “Elas podem aparecer de maneira moderada ou de forma mais dolorosa, em que formam áreas vermelhas e inchadas na pele, muitas vezes acompanhadas de bolhas e febre”, diz a Dra. Mitchell. “Múltiplas queimaduras podem aumentar o risco de melanoma, uma doença potencialmente mortal e uma das formas de manifestação do câncer de pele”, diz.
O que exatamente causa danos solares?
Ao longo do tempo, a radiação ultravioleta causa danos ao DNA das células da pele e acelera a perda de colágeno, fibras e as estruturas de suporte da pele que resultam em manchas escuras, rugas e outros sinais do fotoenvelhecimento, diz a Dra. Lily Talakoub, dermatologista e parceira do American Board of Dermatology.
Além disso, “a exposição ao sol força o DNA da pele a se regenerar. Com o tempo, essa regeneração pode se tornar exagerada, o que também é conhecido como superproliferação de células, que leva ao câncer de pele”, diz o Dr. Orit Markowitz, dermatologista e fundador da OptiSkin.
Os raios UVA, que têm um comprimento de onda maior, são responsáveis pela maioria dos danos causados por penetrarem mais profundamente na pele, atravessando mesmo janelas e um céu nublado. Os raios UVB têm um comprimento de onda menor mas maior energia. De acordo com a American Cancer Society, o raio UVB é o principal culpado pelas queimaduras e pode causar danos à células diretamente.
“Os danos acontecem nas camadas mais profundas da pele – a derme – e pode levar anos até que eles se tornem visíveis”, diz um relatório da faculdade de medicina da Universidade de Yale.
Os danos são reversíveis?
“Os estudos mostram que enquanto o DNA da pele mantém a memória da exposição e continua se modificando, esse processo também pode desacelerar com o tempo e a menor exposição à luz solar”, diz a Dra. Markowitz.
“Quanto mais cedo você evita a exposição ao sol, mais chances de reverter os danos e as possíveis consequências”, diz a Dra. Mitchell.
No entanto, os danos do DNA celular resultantes da exposição prolongada e o câncer de pele não são reversíveis, diz a especialista.
Conclusão: enquanto o reparo dos danos superficiais é possível com a ajuda de alguns tratamentos tópicos, os danos ao DNA não podem ser desfeitos.
Como curar a pele danificada pelo sol
O primeiro e principal passo para reverter os danos solares é usar protetor solar. “Protetor solar e roupas que têm fator de proteção são a melhor defesa”, diz a Dra. Markowitz.
“Para que a proteção seja efetiva, deve-se usar o protetor todos os dias – mesmo quando estiver nublado e frio”, diz a American Academy of Dermatology (AAD).
Confira alguns outros meios de tratar os sinais reversíveis do fotoenvelhecimento, de acordo com os dermatologistas:
- Regeneração com retinol: “Raios danosos do sol degradam o colágeno e as fibras nas camadas internas da pele. Os retinoides promovem a regeneração celular e estimulam a produção de colágeno, o que vai melhorar a descoloração, o embotamento, as linhas finas, as rugas e outros sinais”, diz a Dra. Mitchell.
- Acrescente antioxidantes à sua rotina de skincare: Dra. Mitchell e Dra. Talakoub recomendam incorporar algum produto rico em ativos antioxidantes como séruns de vitamina C ou hidratantes que vão neutralizar os efeitos dos raios UVA e UVB, aumentando a produção de colágeno e prevenindo danos futuros ao DNA. Além disso, coma alimentos ricos em antioxidantes como blueberries, verduras, melancia, tomate, peixe, nozes e sementes que vão dar um boost na proteção de dentro para fora
- Experimente o peeling químico: ele pode ajudar a eliminar manchas escuras, melhorar a aparência das rugas e linhas de expressão e facilitar a renovação celular ao estimular a produção de queratinócitos e fibroblastos que produzem colágeno
- Considere tratamentos de consultório: a Dra. Mitchell sugere microdermoabrasão para remover as camadas danificadas e estimular a produção de colágeno. Os procedimentos de consultório como as terapias de laser e de luz azul ou os baseados em energia também podem ajudar na regeneração de colágeno assim como a reverter alguns dos danos cancerígenos causados pela exposição ao sol.
- Procure sombra quando possível: enquanto muitos de nós olhamos para o sol como uma fonte natural de vitamina D, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde, apenas 10 a 15 minutos de exposição ao sol são suficientes para ajudar a sintetizar a “vitamina do sol”. Portanto, evite a exposição prolongada à luz solar sempre que possível, especialmente das 10h às 16h, quando os raios do sol são mais intensos.
- Mantenha-se hidratado: hidrate sua pele usando produtos que contenham ácido hialurônico, ceramidas e glicerina para ajudar a atrair e reter a umidade, sugere a Dra. Mitchell. E aumente a ingestão de água para se hidratar por dentro, acrescenta o dermatologista.
E para reiterar, não economize no protetor solar. “Se você não usar protetor solar com FPS 50 ou mais diariamente, nada vai ajudar”, diz a Dra. Talakoub. “A proteção solar tem que ser parte da rotina”, diz a Dra. Mitchell. “Quando sair, aplique o protetor solar de 20 a 30 minutos antes da exposição e reaplique a cada uma ou duas horas”, diz.
As melhores escolhas de proteção solar de acordo com os dermatologistas:
“Protetores que têm minerais bloqueadores funcionam mais rapidamente e duram por mais tempo. Entretanto, o melhor protetor solar é aquele que mais se adapta a você e o que você vai reaplicar”, diz a Dra. Markowitz.
Dito isso, confira alguns dos escolhidos e aprovados por dermatologistas que vão te ajudar a permanecer protegido no sol:
ISDIN Eryfotona Ageless Ultralight Emulsion FPS 50
“Este protetor mineral contém enzimas reparadoras de DNA que foram testadas clinicamente”, diz a Dra. Mitchell. De textura leve, o protetor não oferece apenas um amplo espectro de proteção mas também ajuda na produção de colágeno e melhora a textura da pele graças aos antioxidantes e peptídeos.
La Roche-Posay Anthelios Melt-In Milk Sunscreen FPS 60
Este protetor não comedogênico contém filtros UV combinados com antioxidantes que combatem os radicais livres causados pela exposição solar. “É uma ótima opção para tons de pele mais escuros”, diz a Dra. Mitchell.
Skinkure Moisturizing Mineral FPS 50
A Dra. Talakoub recomenda este protetor solar que provê um amplo espectro de proteção sem pesar na pele ou obstruir os poros. Além disso, ele tem infusão de ácido hialurônico, que faz a pele reter a hidratação, além de cafeína para suavizar e acalmar a pele estressada.
EltaMD UV Clear Tinted Broad-Spectrum FPS 46
A Dra. Markowitz recomenda este protetor livre de óleo para ir por cima da maquiagem. É não comedogênico, sem cheiro e ideal para quem tem acne ou pele sensível. Não disponível no Brasil.
Colorescience Sunforgettable Total Protection Face Shield Flex FPS 50
Para proteção avançada, a Dra. Mitchell sugere este protetor solar livre de óleo e mineral que protege a pele de raios UVA e UVB, além da luz azul, luz infravermelha e poluição. O produto é à prova d’água e está disponível em quatro tons diferentes, contemplando várias tonalidades de pele – o que torna mais fácil uma cobertura da pele mais natural. Não disponível no Brasil.
Colorescience Sunforgettable Brush-On Sunscreen FPS 50
Se você prefere a textura em pó, a Dra. Mitchell recomenda este protetor de toque seco e livre de químicos pesados. A fórmula é livre de óleo e ideal para aplicar por cima da maquiagem e dar um toque sem brilho à pele. Não disponível no Brasil.
Supergoop Unseen Sunscreen FPS 40
A Dra. Mitchell recomenda este protetor solar sem óleo que tem fator de proteção 40 e de amplo espectro. Sua fórmula clara, leve e sem fragrância o torna adequado para todos os tipos de pele. Não disponível no Brasil.