No câncer de próstata, a vigilância ativa (active surveillance, em inglês) é uma opção terapêutica indicada para casos selecionados, quando o câncer de próstata é diagnosticado em fase inicial e é pouco agressivo.
A conduta tem como objetivo principal evitar o tratamento cirúrgico ou radioterápico (e seus efeitos colaterais) ou postergar esse tratamento pelo máximo de tempo possível.
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A doença é apenas monitorada, por meio de consultas e exames regulares incluindo o PSA, ressonância anual e uma nova biópsia para assegurar que não exista um componente do tumor mais agressivo. Ou seja, o paciente não recebe tratamento imediato. Estima-se que de 20% a 30% dos homens com câncer de próstata possam ser submetidos à vigilância ativa ou observação vigilante.
Quando bem indicada, esta conduta é bastante segura e evita que os pacientes passem por tratamentos desnecessários enquanto os tumores apresentem um ritmo de crescimento lento e sem riscos.
Cerca de 40 a 50% dos homens que escolhem a observação vigilante precisam, em um prazo de 15 anos, interromper essa estratégia para dar início a outro tratamento, sem aparente piora do prognóstico em relação ao tratamento imediato, anos atrás. Isso ocorre porque o câncer de próstata pode sofrer alguma alteração enquanto está sendo somente observado.
O crescimento, no entanto, costuma ser lento. Por esta razão, o acompanhamento deve ser próximo e estar baseado no fato de que a taxa de desenvolvimento dos tumores pode variar de um paciente para outro, mesmo que seja lenta na maioria das vezes.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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