A família do ator Bruce Willis anunciou ontem (16) que o astro de “Duro de Matar” foi diagnosticado com demência frontotemporal, um doença degenerativa do cérebro. Entenda o que é a doença que, segundo especialistas, reduz a expectativa de vida para até 13 anos.
- A família de Willis anunciou que sua condição de saúde progrediu do diagnóstico original de afasia (um distúrbio causado por danos na parte do cérebro responsável pela comunicação) à demência frontotemporal (DFT).
- A demência frontotemporal (originalmente chamada de doença de Pick) é um grupo de distúrbios causados por uma perda progressiva de células nervosas nos lobos temporais do cérebro (as áreas atrás das orelhas) ou seus lobos frontais (as áreas atrás da testa), de acordo com a Associação de Alzheimer.
- Ela representa menos de 20% de todos os casos de demência e afeta principalmente pessoas entre 45 e 64 anos, de acordo com a Alzheimer’s Research UK, um centro de pesquisa de caridade do Reino Unido para Alzheimer e demência.
- A expectativa de vida média após o início dos sintomas é de sete a 13 anos, e é a forma mais comum de demência em pessoas com até 60 anos, disse a Associação para Degeneração Frontotemporal em um relatório.
- A genética é o único fator de risco conhecido, já que 10% a 30% dos casos são herdados, de acordo com estudos do Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA (NIA). No entanto, há pesquisas em andamento sobre o papel que a insulina e a tireoide podem desempenhar no distúrbio.
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Tipos de demência frontotemporal
Existem três tipos de DFT, de acordo com o instituto:
- Afasia progressiva primária (APP) causa alterações na capacidade de fala e linguagem, e os diagnosticados geralmente têm dificuldades em formar pensamentos ou se expressar. Este é o tipo que Willis tem, Dr. Henry Paulson, professor de neurologia e diretor do Michigan Alzheimer’s Disease Center da Universidade de Michigan disse à CNN. “Como seu diagnóstico é demência frontotemporal, o senhor Willis claramente tem uma doença neurodegenerativa progressiva, em oposição a um derrame, um tumor ou alguma outra lesão no cérebro”, disse Paulson.
- Demência frontotemporal variante comportamental é a forma mais comum de DFT e é responsável por quase metade de todos os diagnósticos da doença. Ela causa mudanças de temperamento, julgamento, personalidade e emoções, embora a memória permaneça relativamente inalterada.
- Distúrbios do movimento ocorrem quando a parte do cérebro que controla o movimento é afetada. Existem dois tipos principais de distúrbios do movimento na DFT: paralisia supranuclear progressiva e síndrome corticobasal. Esses distúrbios podem causar alterações nas habilidades motoras de uma pessoa, tornando difícil fazer coisas como engolir, abotoar uma camisa ou usar as mãos ou os braços.
Sintomas
Sinais iniciais de DFT incluem comportamento físico, verbal ou sexual incomum, mudanças na personalidade ou humor, comportamento obsessivo ou possessivo (ou seja, acumulação compulsiva de objetos), falta de aderência ou inibição social, apatia ou falta de vontade de falar ou ganho de peso por comer demais (ou seja, compulsão alimentar).
Embora as alterações na linguagem sejam raras, os pacientes podem ter dificuldade para falar ou encontrar o nome certo para um objeto, dificuldade para ler e escrever ou problemas para lembrar palavras e entender o significado delas.
Tratamento
Não há cura conhecida para DFT e nenhuma maneira de prevenir ou retardar a doença, de acordo com com o NIA, mas existem maneiras de controlar os sintomas, dependendo dos tipos deles.
Os médicos podem prescrever antidepressivos para ajudar a tratar transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade ou outros sintomas. Antipsicóticos podem reduzir comportamentos compulsivos e irracionais. Medicamentos para dormir podem ajudar com insônia e outras complicações do sono. Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos podem ajudar no ajuste às mudanças causadas pela DFT, e a modificação do comportamento pode ajudar com comportamentos de risco ou socialmente inaceitáveis.
Como a demência frontotemporal é diagnosticada?
De acordo com a Perelman School of Medicine, a DFT pode exigir vários testes e os pacientes podem ser encaminhados para vários especialistas antes que o diagnóstico seja feito. Isso porque seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças. O diagnóstico pode incluir uma olhada no histórico médico, ressonância magnética para descobrir quanto e onde o cérebro atrofiou, punção lombar e exames de sangue para descartar outras doenças e exames neuropsicológicos para testar comportamento, memória, linguagem e habilidades executivas e visuoespaciais.
(traduzido por Patrícia Junqueira)