A Sociedade Brasileira de Mastologia destaca, em material divulgado especialmente para este Outubro Rosa, alguns estudos de impacto sobre câncer de mama, com a análise de alguns dados brasileiros.
Uma das pesquisas selecionadas pela SMB, “Covid-19 e o câncer de mama no Brasil”, procurou avaliar os efeitos da pandemia no diagnóstico e tratamento da doença. Como já discutimos neste espaço algumas vezes, as estratégias enfrentamento do câncer sofreram, mundialmente, fortes reflexos, com o adiamento de exames e mudanças de protocolos. Identificamos, no consultório, mais casos avançados.
O estudo acima analisou números de todas as regiões do país e aponta um aumento de cerca de 26% nos casos de câncer de mama nos estágios mais graves. Os autores do levantamento indicam “a necessidade de implementação de um modelo de saúde pública totalmente renovado para o enfrentamento do câncer no Brasil”.
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Além desta, outra pesquisa, ainda relacionada ao coronavírus, foi além e mostrou que os aspectos socioeconômicos das brasileiras foram determinantes nos diagnósticos de tumores da mama antes e depois da pandemia.
A avaliação compara pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e de planos de saúde. Nos últimos anos, os diagnósticos de estágios avançados da doença entre as pacientes atendidas pelo SUS chegaram a 52,04%, contra 36,4% na saúde privada.
A partir destas informações relevantes e preocupantes, vemos que este Outubro Rosa precisa ecoar um importante alerta sobre inclusão, para que nenhuma mulher fique sem acesso à prevenção, ao diagnóstico no tempo oportuno, ao tratamento que pode curar e garantir melhor qualidade de vida quando a cura não for possível.
O câncer de mama não é uma doença única. E o melhor tratamento possível depende disso, do conhecimento do tipo de tumor e da indicação e acesso às terapias mais eficazes para cada caso. E, da mesma forma, cada mulher é diferente em suas expectativas, suas demandas, seus medos e esperanças.
Por isso, neste ano, o Instituto Vencer o Câncer desenvolveu a campanha “Outubro Rosa para Todas”. Para as brasileiras que precisam saber como fazer a prevenção, para aquelas precisam de atenção na doença inicial e para as pacientes metastáticas, que merecem ter garantia a tratamento e qualidade de vida.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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