O câncer é, entre as doenças crônicas mais frequentes, a que mais tem obtido avanços no tratamento nas últimas décadas. O principal desafio é garantir que cada vez mais pessoas tenham acesso a elas. São cerca de 20 milhões de casos novos por ano em todo o mundo, com mais de 10 milhões de óbitos. Por outro lado, melhorias importantes têm sido feitas no diagnóstico e nas diversas linhas de tratamento.
O Dia Mundial do Câncer, campanha internacional realizada anualmente em 4 de fevereiro, reúne centenas de entidades com a proposta de diminuir o impacto crescente dos tumores sobre a saúde global.
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O movimento, organizado pela UICC – União Internacional para Controle do Câncer, tem como objetivo principal “fechar a lacuna do cuidado” (ou “close de care gap”, em inglês), com uma mensagem de promoção da equidade na saúde, melhoria do acesso aos serviços oncológicos e redução das disparidades na incidência e na mortalidade.
O tema da campanha muda a cada três anos. Este será o último com o apelo “por cuidados mais justos”, com foco nas barreiras enfrentadas por milhões de pacientes para o acesso à atenção básica para o controle do câncer.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70% das mortes por câncer são registradas em países de baixa e média rendas. Fatores como a condição socioeconômica, questões étnicas, de idade e de gênero têm impacto na efetividade das ações prevenção do câncer e no acesso ao diagnóstico e tratamento.
Infelizmente, depois de três anos, pouco mudou neste cenário mundial. Agravada pela pandemia de covid-19, que prejudicou a realização de exames e o acompanhamento de pacientes, a epidemia de câncer persiste. Este é o cenário que encontramos em diversos países em desenvolvimento, inclusive aqui no Brasil, onde mais de 700 mil novos casos de câncer devem ser registrados somente em 2024.
Além de incentivar o cuidado pessoal da saúde, informar sobre os fatores de risco e estimular o rastreamento e o diagnóstico precoce, precisamos promover iniciativas que impulsionem a criação de políticas públicas para o controle do câncer. Assim, toda a sociedade é beneficiada.
A data é um evento importante para que a gente se lembre de que o câncer existe, que ele pode ser prevenido, tratado e, na maioria dos casos, curado. Este deve ser um movimento de esperança e de ação, para que possamos propiciar uma jornada com melhores cuidados e desfechos para os pacientes com câncer em nosso país.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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