Na última semana, a 15ª edição do Congresso Internacional de Uro-Oncologia promoveu debates sobre os cuidados de tumores bastante incidente no Brasil, como os cânceres de próstata, bexiga e rim. Durante quatro dias, foram mais de 40 horas de programação plenária. Cerca de 4,5 mil inscritos acompanharam as aulas de 17 palestrantes internacionais e 306 palestrantes nacionais, sendo este um dos principais eventos do setor no Brasil.
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Para o câncer de próstata, conceitos inovadores foram apresentados, mostrando que, para alguns casos no tratamento do câncer “menos é mais” e que nem todo paciente precisa de tratamento logo após o diagnóstico.
Com os avanços científicos, temos um entendimento melhor da doença. Por meio da biópsia, dos exames de imagem e de testes mais avançados, há a percepção de que um determinado grupo de homens talvez nem precise de tratamento imediato. E, caso precise depois de muitos anos, essa abordagem mantém uma chance de curabilidade excepcionalmente alta. É a chamada vigilância ativa, sobre a qual já chegamos a falar em outra coluna há algum tempo.
Vale destacar que esta estratégia não pode ser adotada para todos os pacientes. Mas é fundamental, cada vez mais, discutirmos essa possibilidade. Agora, com mais exatidão, é possível identificar quais homens poderão se beneficiar desta escolha com total segurança.
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O câncer de próstata é o tumor maligno mais comum do homem. De cada seis homens, pelo menos um vai desenvolver a doença ao longo da vida. E nos quatro dias do Congresso, debatemos com as maiores autoridades do país e do mundo as melhorias no tratamento.
Entre as principais novidades, destaco as táticas de radioterapia – que é uma outra forma de tratamento local, em doses maiores por menos tempo e menos sessões podem trazer resultados extremamente positivos. Além disso foram discutidas novas técnicas cirúrgicas, com o avanço da cirurgia robótica, com os benefícios que isso traz para o paciente para sua melhor recuperação e qualidade de vida.
Além disso, também foram destaques os métodos para concatenar tratamentos nos casos que merecem mais de uma estratégia terapêutica.
Portanto, foram discussões muito relevantes, que vão favorecer o cuidado de pacientes com essa doença tão incidente em nosso país.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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