O câncer de próstata é o mais comum entre homens no Brasil (depois dos tumores de pele não melanoma), responsável por 13,5% de todas as mortes provocadas por câncer em pacientes do sexo masculino no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Mais de 71 mil brasileiros devem receber o diagnóstico da doença em 2024.
O Novembro Azul é o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. Estatísticas mostram que, de cada seis homens, pelo menos um será diagnosticado com essa doença ao longo da vida. Por isso, é essencial compreender que os exames preventivos são fundamentais, pois podem detectar a doença em estágios iniciais e, quando o diagnóstico é feito precocemente, as chances de cura superam 95%.
Leia também
A prevenção do câncer de próstata pode ser alcançada por meio de um estilo de vida saudável, incluindo a prática regular de exercícios físicos, controle do peso, e uma dieta equilibrada. Recomenda-se uma alimentação rica em legumes, frutas e vegetais, e o consumo reduzido de alimentos processados, enlatados e carnes vermelhas.
Os exames preventivos incluem o toque retal e a dosagem do PSA (antígeno prostático específico), que devem ser realizados anualmente a partir dos 50 anos para a maioria dos homens. No entanto, homens negros ou aqueles com histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar o rastreamento aos 45 anos. Esses exames são indispensáveis para a detecção precoce e, consequentemente, para um tratamento mais eficaz.
Atualmente, o tratamento do câncer de próstata evoluiu bastante. Em alguns casos, especialmente nos estágios iniciais, o paciente pode ser monitorado através de uma abordagem chamada “observação vigilante”, sem a necessidade de intervenção imediata. Já nos casos em que o tratamento é indicado, a cirurgia e a radioterapia são os principais métodos, cada um com suas vantagens e possíveis efeitos colaterais. Quando o câncer está em estágio mais avançado, pode ser necessário combinar diferentes terapias para obter melhores resultados.
Os avanços nas terapias hormonais, em combinação com drogas inovadoras, como as radiofarmacológicas e novas quimioterapias, têm contribuído significativamente para o aumento das taxas de sobrevida e para a melhoria da qualidade de vida de milhões de homens no mundo que enfrentam o câncer de próstata. Esses tratamentos ajudam a combater o tumor e dificultam sua regeneração.
É encorajador observar que estamos avançando continuamente na prevenção, no diagnóstico e no tratamento do câncer de próstata, o que impacta positivamente a vida de milhares de homens no Brasil e milhões ao redor do mundo. Por isso, devemos ter um papo reto sobre câncer de próstata e encarar o assunto sem tabus.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.