
O câncer de rim é o terceiro tumor urológico mais comum no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de próstata e bexiga. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registrados cerca de 7,5 mil novos casos por ano no país. O câncer de rim tem como principal fator de risco o tabagismo.
Não existem exames de rastreamento específicos para o câncer renal. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito de forma incidental, por meio de exames de imagem solicitados por outros motivos e que acabam identificando uma massa no rim.
Felizmente, os diagnósticos precoces têm se tornado mais frequentes.
É importante ressaltar que esse tipo de tumor pode, em muitos casos, ser evitado. O principal fator de risco é o tabagismo — o que reforça a importância de políticas públicas de combate ao cigarro. Outros fatores associados incluem obesidade, hipertensão e histórico familiar da doença.
Os tratamentos também evoluíram significativamente. Para tumores localizados, as cirurgias radicais com remoção completa do rim estão se tornando menos comuns. Atualmente, é dada preferência a procedimentos mais conservadores, como a nefrectomia parcial, em que apenas o tumor é retirado, preservando o restante do órgão saudável. Essas cirurgias podem ser realizadas por laparoscopia ou com auxílio de cirurgia robótica.
Há, ainda, opções minimamente invasivas, como a ablação por radiofrequência ou crioterapia — técnicas que utilizam calor ou congelamento intenso, respectivamente, para destruir o tumor por meio de agulhas.
Em geral a curabilidade para lesões precoces é acima de 95%!
Nos casos em que a doença apresenta maior risco de recorrência após a cirurgia, a imunoterapia por 1 ano tem se mostrado promissora. Novas drogas estimulam os linfócitos — as células do sistema imunológico responsáveis pelo combate ao câncer — para reduzir as chances de retorno da doença.
Essas mesmas terapias imunológicas, associadas a medicamentos que bloqueiam a irrigação sanguínea dos tumores, também vêm sendo utilizadas com sucesso em casos metastáticos, quando o câncer já se espalhou para órgãos como pulmões, fígado, ossos ou linfonodos.
Os avanços são concretos. Hoje, há pacientes com doença metastática — antes considerados incuráveis — que alcançam a cura ou longos períodos de controle da doença. Isso mostra que, apesar dos desafios, o tratamento do câncer de rim tem melhorado de forma significativa e continua a oferecer esperança a milhares de pessoas.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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