No dia 7 de março de 2014, Brad Sterl viu o suor de 18 anos de trabalho literalmente queimado. Quando chegou ao estoque da Rustic Crust, o presidente e CEO se deparou com, aproximadamente, US$ 30 milhões em pizzas congeladas e flatbreads (pão que não leva fermento na composição, semelhante ao sírio) em chamas. “Eu comecei tudo do zero. A sensação foi como se eu tivesse perdido tudo, como se fosse um filho”, conta. Cerca de 50 bombeiros de cidades vizinhas foram necessários para tentar salvar a fábrica, queimada por inteira. Os 20 funcionários presentes foram obrigados a buscar abrigo no frio abaixo de zero que o inverno em Pittsfield, no norte dos Estados Unidos, trazia. O fogo consumiu todos os produtos e suprimentos existentes.
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Aconteceu na pior época possível. O mês de março prometia bater recordes dentro da Rustic Crust, uma das principais empresas especializadas em kits para pizza, pizzas orgânicas, flatbreads e variados. No dia seguinte à tragédia, o presidente convocou todos seus investidores e conselheiros em estado de emergência para superar dois grandes desafios: retomar o quanto antes a produção e pagar os 100 empregados a tempo. A companhia também contatou seus clientes para os informar sobre o ocorrido e deixou claro que teriam seus estoques novamente preenchidos o mais rápido possível. Ainda assim, o incêndio desencadeou uma grande perca de consumidores.
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Um local temporário foi construído em 17 dias. Com auxílio financeiro do seguro, em dezembro de 2014, a Rustic Crust estava de volta ao mercado. Hoje, já está totalmente reestabelecida. Não foi fácil. Sua sobrevivência foi influenciada pelo cuidado com o relacionamento com clientes, empregados e comunidade local. “Você precisa ser um líder e saber ouvir a todos. Ter sempre a certeza de que seus empregados estão confortáveis”, explica Sterl.
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O CEO diz ter perdido por volta de US$ 7 milhões por conta do intervalo de produção e também alguns supermercados que não puderam esperar a recuperação da empresa. Orgulha-se, porém, quando diz que os salários dos empregados, que o seguro não reembolsa, saíram de seu próprio bolso. Desta forma, manteve o time da Rustic Crust praticamente intacto.
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A empresa retomou a estimativa de US$ 30 milhões em vendas. O mesmo valor que alcançaria há um ano, se o incêndio não tivesse acontecido. Veja na galeria de fotos cinco lições de como começar do zero por um CEO que perdeu tudo:
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Tome uma atitude (rapidamente)
“Vejo muitas pessoas, em meio à crise, sentadas analisando demais”, afirma Sterl. Ele esperou apenas um ou dois meses para decidir retomar a produção. “Eu provavelmente teria saído do mercado [se tivesse demorado]. Quando você perde seu próprio lugar no negócio, já era.”
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Mantenha um contato honesto e frequente com clientes e fornecedores
“Nós falamos com cada um de nossos clientes por volta de três vezes por semana sobre as atualizações”, conta o CEO. Especialmente em tempos de crise, seus consumidores têm de saber qual a sua situação. Dessa forma, eles irão entender e podem até ajudá-lo.
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Trate seus funcionários com respeito (eles o retribuirão com lealdade)
O motivo para que Sterl tenha construído seu negócio no Estado de New Hampshire foi, principalmente, criar vagas de emprego na comunidade local. Logo, mudar nunca foi uma opção. Na maioria dos casos, empregados voltaram ao trabalho entre quatro e seis semanas e, voluntariamente, trabalham por mais tempo. Desde o retorno, sua mão de obra cresceu para 146.
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Agradeça
Quando há acumulo na produção, a companhia promove uma queima de estoque para oferecer grandes descontos aos consumidores. “Nós sempre nos divertimos um pouco com isso”, conta Sterl. Eles, frequentemente, expressam o quanto gostam do retorno que têm do público por meio da página oficial da marca no Facebook.
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Continue a evoluir
A expectativa é que as vendas aumentem em quase 28% em relação ao último ano. A companhia estuda implementar novos ingredientes, como pepperoni e carne de porco desfiada, além de novos produtos para as massas. “Nós realmente apostamos na inovação.”
Tome uma atitude (rapidamente)
“Vejo muitas pessoas, em meio à crise, sentadas analisando demais”, afirma Sterl. Ele esperou apenas um ou dois meses para decidir retomar a produção. “Eu provavelmente teria saído do mercado [se tivesse demorado]. Quando você perde seu próprio lugar no negócio, já era.”