A JHSF é, por vocação, uma incorporadora. Mas não só. De uns tempos para cá, a companhia passou a abrir novas avenidas e a investir mais agressivamente em outros projetos além dos imóveis residenciais e comerciais de alto padrão. Em busca de maior receita e rentabilidade, ela prepara, para os próximos meses, a abertura de (mais um) shopping de luxo, a expansão dos já existentes como é o caso do Cidade Jardim, a inauguração do complexo Catarina, com outlet, aeroporto executivo e centro comercial, além de possíveis novidades na área de representação integral ou parcial de grifes internacionais — caso do que já foi feito com a Hermès, Emilio Pucci, Jimmy Choo e Valentino.
Todos esses projetos têm, em sua maioria, o consumidor triple A como alvo. Segundo a JHSF, São Paulo responde por mais de 70% dos US$ 11,9 bilhões movimentados pelo mercado de produtos de luxo no Brasil por ano. Veja a seguir seis destes projetos:
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Cidade Jardim Em residenciais de luxo, a demanda é maior que a oferta, garante Eduardo Camara, diretor-presidente da JHSF. Esse mercado tem características muito próprias. O consumidor paga rápido e, se você entregar o desejado, ele se torna muito menos sensível a preço. Não é um negócio que depende de financiamento, até porque esse tipo de cliente não compra com renda, mas com patrimônio. Ele paga com estoque e não com fluxo de renda. A entrada é grande e os prazos são mais curtos, observa. Mas de onde vem esse dinheiro todo? De todos os cantos do país, do agronegócio aos acionistas de empresas públicas com pagamento de bons dividendos. Munido de estudos de bancos de investimento, Camara observa que existem hoje cerca de 100 mil brasileiros com mais de US$ 1 milhão em liquidez e não em patrimônio. Cerca de 80% deles têm mais de US$ 30 milhões em liquidez. O volume de riqueza gerada no Brasil nos últimos tempos tem levado, por exemplo, a um grande crescimento na frota de aviões executivos no país.
De acordo com a JHSF, São Paulo responde por mais de 70% dos US$ 11,9 bilhões movimentados pelo mercado de produtos de luxo no Brasil por ano. Um espaço no coração dos Jardins, garante, era um pedido antigo das grandes grifes que sempre priorizaram o bairro. Esse projeto poderia ser transportado para outras outras cidades? Estamos atentos às oportunidades, responde.Mas e a venda dos artigos de luxo?
O número crescente de brasileiros comprando no exterior não assusta a JHSF. Disse-me o presidente de uma grife internacional que a concorrente da Louis Vuitton não é a Prada, mas a TAM. O número de brasileiros no Bal Harbour Shops, em Miami, é enorme. Uma grande marca com loja em Aspen, no Colorado, registra mais da metade de suas vendas para brasileiros. Isso tudo conta, mas o que vende aqui no Brasil é o serviço, o relacionamento com o vendedor, o parcelamento sem acréscimo e a conveniência, garante. Grupos grandes como LVMH e Richemont, observa, estão ampliando suas apostas no Brasil com o lançamento de novas marcas no Cidade Jardim (SP), que se encontra em sua terceira expansão desde a inauguração, em 2008. Neste avanço veio a italiana Brunello Cucinelli e deverão desembarcar até dezembro Michael Kors Collection, Piaget, Vacheron Constantin e outra bandeira cujo nome é mantido em segredo.
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Shopping center na Oscar Freire A Oscar Freire, a rua mais chique do Brasil até que se prove o contrário, sempre foi o grande atrativo dos Jardins, bairro nobre de São Paulo. A poucos metros desse burburinho, a JHSF planeja erguer seu mais novo templo de luxo. Batizado de Cidade Jardim Shops, uma espécie de versão reduzida do Shopping Cidade Jardim (SP), ele deve ser inaugurado entre o final de 2015 e o início de 2016. Situado entre as ruas Sarandi, Haddock Lobo e Vittorio Fasano, o projeto tende a esquentar a competição com a Iguatemi Empresa de Shopping Centers, dona do Iguatemi São Paulo e do JK Iguatemi, e promete pequenas surpresas como uma ligação direta com o Hotel Fasano e restaurantes na cobertura com vista para os Jardins. Pelo projeto, cujas obras devem iniciar até dezembro, o shopping terá 50 lojas de alto padrão e um centro de gastronomia distribuídos por seis pisos em um espaço de 5 mil metros quadrados de ABL (Área Bruta Locável). Em termos comparativos, o Shopping Cidade Jardim tem 180 lojas espalhadas por 40 mil metros quadrados. A entrada será pela Haddock Lobo, onde funcionava a antiga Casa Fasano, e sua fachada deverá ser preservada como mostra desenho do projeto (ao lado) do arquiteto Arthur Casas. O que pretendo é tentar reinventar o conceito de mall. Numa cidade como São Paulo, onde, por motivos climáticos, de segurança e até topográficos, os shoppings ocupam o lugar do espaço público, no Shops, assim como no Cidade Jardim, a calçada invadirá o mall, ou seja, as ruas do jardins estarão amalgamadas ao novo, define Casas.
Aparentemente, a inauguração não teria motivos para causar barulho. Afinal, o Brasil tem quase 500 shoppings, com 30 a 40 empreendimentos lançados por ano. O fato é que a instalação de um centro de compras coberto, com conveniências como ar-condicionado, segurança e valet, deve trazer novos ares aos Jardins. O projeto é um sonho antigo da JHSF que constatou a presença de mais de 320 mil habitantes com renda mensal superior a US$ 15 mil na área. Isso sem contar os turistas que jantam nos restaurantes do entorno, hospedam-se no Hotel Fasano ou simplesmente circulam pela chamada 5ª Avenida brasileira. A área tem mercado e poder aquisitivo. O que faltava era um produto como esse, que trará renovação da região e oxigenação do mercado, acredita Robert Bruce Harley, diretor-presidente da área de Shopping Centers da JHSF.
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Outlet Michael Kors Em setembro, a JHSF deve inaugurar o Catarina Fashion Outlet, em São Roque (SP), que promete aos visitantes um cenário cheio de alamedas arborizadas e a presença de marcas nacionais e internacionais como Carolina Herrera, Emilio Pucci, Michael Kors, Jimmy Choo, Hugo Boss, Diesel, Kate Spade, Tory Burch, Daslu e Le Lis Blanc. O tempo estimado de viagem da capital até lá é de 35 minutos. O local terá 120 lojas distribuídas por 25 mil metros quadrados e mil vagas no estacionamento.
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Aeroporto Executivo Internacional Catarina A 35 minutos de carro de São Paulo ou 14 minutos de helicóptero, o aeroporto internacional executivo Catarina está sendo construído em São Roque (SP) para atender a região metropolitana de São Paulo. O empreendimento que contará ainda com outlet e centro comercial está em fase de construção. A primeira fase do projeto demandará investimentos de R$ 395 milhões e 18 meses de obra que resultarão em uma pista de 1.940 metros, uma torre de controle, sistema para pouso por instrumentos e cerca de 50 mil metros de hangares. A pista mais longa, de 2.470 metros, virá na segunda fase e será capaz de receber jatos executivos de grande porte da Gulfstream, Bombardier e Dassault e possibilitará voos intercontinentais non-stop para cidades como Nova York, Londres ou Dubai.
A previsão anual do aeroporto é de 40.000 pousos e decolagens por ano. A expectativa da JHSF é que a receita do aeroporto venha principalmente da locação de hangares, venda de combustível e operação aeroportuária. Estudos apontam que o mercado de aviação executiva do estado de São Paulo seguirá crescendo, o que leva a companhia a apostar na conquista de um market share de 30% com o Catarina na fase madura do projeto.
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Corporate center no km 60 da Castelo Branco Além do aeroporto, faz parte do empreendimento Catarina um complexo corporativo de alto padrão composto por oito torres de escritórios (batizadas com nomes de grandes capitais como Nova York, Paris, Roma e São Paulo) e com metragens entre 59 metros quadrados e 1.294 metros quadrados. Localização: na pista do quilômetro 60 da rodovia Castelo Branco, em São Roque (SP). O projeto prevê a construção de business center, auditórios, salas para realização de workshops, seminários e palestras, além do serviço de concierge. O projeto é do arquiteto Gui Mattos e as plantas dos escritórios são assinadas pela empresa especializada Athiè Wohnrath.
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Torre residencial Um edifício residencial de alto padrão verde, com assinatura do autor do plano de revitalização do ground zero de Nova York e com 14 apartamentos com plantas exclusivas. Esse é o Vitra, que a JHSF está construindo no Itaim Bibi (SP) e cujos apartamentos têm entre600 metros quadrados e 1,2 mil metros quadrados, a um preço de R$ 12 mil o metro quadrado e valor de revenda de R$ 20 mil o metro quadrado.
A um custo médio de R$ 15 milhões a unidade, o empreendimento chama a atenção por sua torre multifacetada de vidro, de autoria do arquiteto americano Daniel Libeskind, autor do Museu Judaico de Berlim e do Museu Imperial de Guerra em Manchester e também por medidas sustentáveis como a adoção de placas solares na cobertura para sistema de aquecimento, a escolha de materiais de alta performance que promete a redução do consumo de energia de equipamentos como ar-condicionado e elevadores, o reúso de águas pluviais para irrigação e lavagens de jardins e utilização de vidros eficientes na fachada para impedir a transferência de temperaturas entre ambientes em interferir na passagem de luz. É um projeto totalmente inovador e com todas as unidades vendidas. A saída foi rápida, avisa Camara. A previsão de entrega é final do semestre.
Em residenciais de luxo, a demanda é maior que a oferta, garante Eduardo Camara, diretor-presidente da JHSF. Esse mercado tem características muito próprias. O consumidor paga rápido e, se você entregar o desejado, ele se torna muito menos sensível a preço. Não é um negócio que depende de financiamento, até porque esse tipo de cliente não compra com renda, mas com patrimônio. Ele paga com estoque e não com fluxo de renda. A entrada é grande e os prazos são mais curtos, observa. Mas de onde vem esse dinheiro todo? De todos os cantos do país, do agronegócio aos acionistas de empresas públicas com pagamento de bons dividendos. Munido de estudos de bancos de investimento, Camara observa que existem hoje cerca de 100 mil brasileiros com mais de US$ 1 milhão em liquidez e não em patrimônio. Cerca de 80% deles têm mais de US$ 30 milhões em liquidez. O volume de riqueza gerada no Brasil nos últimos tempos tem levado, por exemplo, a um grande crescimento na frota de aviões executivos no país.
De acordo com a JHSF, São Paulo responde por mais de 70% dos US$ 11,9 bilhões movimentados pelo mercado de produtos de luxo no Brasil por ano. Um espaço no coração dos Jardins, garante, era um pedido antigo das grandes grifes que sempre priorizaram o bairro. Esse projeto poderia ser transportado para outras outras cidades? Estamos atentos às oportunidades, responde.Mas e a venda dos artigos de luxo?
O número crescente de brasileiros comprando no exterior não assusta a JHSF. Disse-me o presidente de uma grife internacional que a concorrente da Louis Vuitton não é a Prada, mas a TAM. O número de brasileiros no Bal Harbour Shops, em Miami, é enorme. Uma grande marca com loja em Aspen, no Colorado, registra mais da metade de suas vendas para brasileiros. Isso tudo conta, mas o que vende aqui no Brasil é o serviço, o relacionamento com o vendedor, o parcelamento sem acréscimo e a conveniência, garante. Grupos grandes como LVMH e Richemont, observa, estão ampliando suas apostas no Brasil com o lançamento de novas marcas no Cidade Jardim (SP), que se encontra em sua terceira expansão desde a inauguração, em 2008. Neste avanço veio a italiana Brunello Cucinelli e deverão desembarcar até dezembro Michael Kors Collection, Piaget, Vacheron Constantin e outra bandeira cujo nome é mantido em segredo.