A eleição para senador, em São Paulo, representa perfeitamente a falta de renovação nos quadros políticos. As opções dos maiores partidos eram de nomes com tradição nas urnas: José Serra, Eduardo Suplicy e Gilberto Kassab.
Num colégio eleitoral de quase 32 milhões de pessoas, 40 % resolveram não votar em ninguém para o Senado. Ou seja, quase a metade dos leitores não quis escolher o seu senador. Se somarmos as abstenções, que chegaram a 19,9 %, os votos em branco e os votos nulos, chegamos à quantidade de 13,1 milhões de eleitores. É muita coisa.
A título de comparação, este volume é maior que a votação de José Serra, eleito com 11,1 milhões de sufrágios.
Enquanto não houver uma renovação dos quadros políticos, os eleitores vão continuar a boicotar alguns pleitos – como ocorreu em 2014 com os paulistas na escolha de senador. Isso não quer dizer que apenas os jovens querem nomes novos. O eleitor brasileiro está envelhecendo. Nesta eleição, tivemos quatro milhões a mais de eleitores acima de 60 anos. Se os níveis de abstenção estão crescendo, é sinal que a insatisfação com as opções atinge a todas faixas etárias e não apenas os mais jovens.