A negociação para a aquisição do controle da Somos Educação foi fruto de um processo de negociação muito intenso da Kroton Educacional com a Tarpon que durou cerca de 72 horas, disse hoje (23) o presidente do maior grupo de educação superior do país, Rodrigo Galindo. “É um namoro de longa data, estamos conversando há mais de um ano… Mas na sexta-feira (20) houve alinhamento de intenções entre Kroton e Tarpon, passamos dois dias virados e, hoje pela manhã, assinamos o contrato antes da abertura do mercado”, explicou Galindo.
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Nesta manhã, a Kroton anunciou a compra de uma fatia de 73,35% da Somos por R$ 4,566 bilhões, dos quais R$ 4,166 bilhões serão pagos à vista na data de fechamento do negócio e o restante será mantido em conta vinculada até cumprimento de determinadas obrigações.
O negócio foi a segunda aquisição feita pela holding Saber, criada no início do mês pela Kroton para concentrar as operações em educação básica, e ocorre depois da compra do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, em Vitória (ES), por valor não revelado.
Segundo Galindo, a compra da Somos representa uma “volta às origens” na educação básica para Kroton Educacional, que entre 1966 e 2002 atuava exclusivamente neste segmento. “A Somos Educação é uma joia, estamos confiantes de que tomamos o passo certo”, afirmou o executivo.
Ele ressaltou que o mercado de educação básica no Brasil é bastante pulverizado e a participação de mercado conjunta da Somos e da Kroton neste segmento será baixa. “É um mercado grande onde as companhias juntas podem aportar valor”, comentou Galindo, acrescentando que apenas em sistemas de ensino haverá sobreposição de operações a ser analisada por autoridades competentes.
“É baixíssima a sobreposição entre o que a Somos e a Saber fazem, mas não podemos dar um prognóstico do que o Cade vai decidir”, disse o presidente da Kroton. De acordo com ele, após a aprovação do órgão antitruste, a Kroton estenderá a proposta de R$ 23,75 por ação aos demais acionistas da Somos Educação e só depois decidirá se fechará o capital da empresa.
Galindo afirmou que o desembolso total da Kroton pode chegar a cerca de R$ 6,2 bilhões depois da oferta para aquisição de ações (OPA). Conforme o executivo, a companhia conta com R$ 1,7 bilhão em caixa líquido e o plano prevê ainda emissão de dívida para cumprir o pagamento.
O negócio trará maior diversificação para o portfólio da Kroton Educacional, com a educação básica devendo responder por 28% da receita líquida da companhia depois da conclusão da operação, ante 3% em 2017, destacou Galindo.
Do ponto de vista do resultado operacional, o segmento passará a representar 21% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), ante 3% no ano passado, concluiu o executivo.
Às 13h05, as ações da Kroton subiam 4,67%, enquanto as da Somos Educação disparavam 49,16% e as da Tarpon avançavam 26,98%.