Um veículo elétrico (VE) autônomo pode não chegar ao céu tão cedo, mas pode um dia parecer um pouco com o carro voador dos Jetsons – uma bolha de vidro sem o longo capô característico dos carros movidos a gasolina de hoje.
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A principal tecnologia que está por trás dessa perspectiva dos carros do futuro é o motor elétrico – um sistema de propulsão relativamente simples e compacto que permite às montadoras eliminar o capô e o amplo espaço necessário para um motor de combustão interna, um mecanismo de resfriamento do motor e engrenagens de transmissão complexas.
Quando essa tecnologia de motor é combinada com os avanços de veículos autônomos, o carro não precisará mais do capô, assim como das chamadas zonas de colisão.
O resultado: a mudança pode inaugurar a era de um carro em forma de bolha ou cápsula, como aqueles popularizados pela série futurista cômica dos anos 1960.
“Esse é o próximo passo lógico”, disse Karim Habib, diretor de design da Infiniti, marca premium da Nissan, à Reuters em entrevista. “É definitivamente o próximo passo, particularmente se você imaginar um mundo com zero acidentes com a tecnologia de direção autônoma funcionando totalmente. Se os carros nunca colidirem, o mais eficiente [formato] de uma mobilidade pessoal pode ser um cubo de vidro.”
MUDANÇA DOS TEMPOS
Voltando à década de 1920, os automóveis – especialmente os de luxo – tendiam a ter longos capôs, como o Tesla Model S tem agora. Mas isso está prestes a mudar.
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No Salão do Automóvel de Detroit, em janeiro, a Infiniti mostrou um carro-conceito cujo estilo aponta para um futuro não tão distante, quando a maioria dos carros será elétrica.
O carro Q Inspiration Concept, que também será mostrado no salão do automóvel de Pequim que começa esta semana, tem um capô encurtado, um teto tipo cupê e um interior tipo SUV, apesar de ser um sedã.
Forçados em parte pelos rigorosos requisitos de economia de combustível e outras regulamentações, os fabricantes de automóveis em todo o mundo – especialmente na China – estão se esforçando para desenvolver carros de baterias elétricas em uma faixa ampla de preços.
Alguns participantes da indústria, como a startup de carros elétricos inteligentes fundada na China, Byton, acreditam que os carros comuns, usados para locomoção e tarefas, serão muito simplificados se forem eletrificados e tiverem a tecnologia de direção autônoma.
Isso porque os carros hoje estão todos “com muitas especificações”, disse o cofundador e presidente-executivo da Byton, Carsten Breitfeld, em uma entrevista.
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A maioria tem assentos para quatro a sete pessoas, embora 70% das vezes esses carros tenham apenas uma ou duas pessoas dentro. Alguns têm velocidades máximas de 250 km/h, apesar de ninguém dirigir tão rápido.
Os carros para o futuro do dia a dia poderiam eliminar todos os recursos super especificados. Eles teriam menos assentos, mais espaço para bagagem e rodas menores para liberar mais espaço interior, uma vez que eles não precisam atingir 200 km/h. Eles podem ser mais quadrados, já que não há necessidade de tornar os carros de baixa velocidade tão aerodinâmicos, disse Breitfeld. “Você projetaria um carro menor, mas espaçoso, para um ou dois passageiros e o tornaria mais luxuoso”, disse Breitfeld. “Seria possível oferecer o tipo de experiência de primeira classe que existe nos aviões comerciais.”