A Gerdau registrou lucro líquido ajustado de R$ 451 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 34 milhões no mesmo período do ano passado, informou hoje (9) a siderúrgica.
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Sem ajustes, o lucro líquido consolidado da Gerdau caiu 45,6% na comparação anual, para R$ 448 milhões.
O lucro foi impactado pelo resultado financeiro negativo de R$ 343 milhões no período, ante resultado financeiro positivo de R$ 54 milhões no mesmo período de 2017.
Do outro lado, aumento nos preços do aço nos Estados Unidos e no Brasil fizeram a receita da empresa disparar quase 23% no período, para R$ 10,39 bilhões, com custos avançando em ritmo inferior, de 15,9%, e despesas gerais e administrativas caindo 10%.
Com isso, o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,484 bilhão, alta de 74% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada subiu para 14,3%, ante 10,1% no mesmo período do ano passado.
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O conselho de administração da Gerdau aprovou pagamento de R$ 136,15 milhões, ou R$ 0,08 por ação, em juros sobre capital próprio a partir de 1º de junho, como antecipação do dividendo mínimo obrigatório.
A siderúrgica manteve estimativa de investimentos de R$ 1,2 bilhão em 2018, com foco em melhoria de produtividade e manutenção, após R$ 873 milhões em 2017.
PRODUÇÃO
A Gerdau produziu no primeiro trimestre 4,165 milhões de toneladas de aço bruto, crescimento de cerca de 4% sobre um ano antes. As vendas avançaram quase 8%, para 3,871 milhões de toneladas.
No período, os esforços do governo de Donald Trump para proteger a indústria siderúrgica norte-americana de importações causaram elevação nos preços do aço nos Estados Unidos, além de recuo nas importações.
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A operação da Gerdau na América do Norte, que inclui Estados Unidos, Canadá e México, viu a receita líquida no período subir 22%, para R$ 4,4 bilhões, e o Ebitda disparou 58%, para R$ 248 milhões. As vendas de aço da Gerdau na região subiram 8% e a produção 5%.
No Brasil, a Gerdau teve alta de quase 30% no faturamento, para R$ 3,6 bilhões, enquanto o Ebitda disparou 93%, a R$ 751 milhões, e a margem passou de 14% para 20,8%. A empresa produziu no país 3,4% a mais de aço no primeiro trimestre sobre um ano antes, a 1,5 milhão de toneladas, e as vendas totais subiram cerca de 13%, para 1,44 milhão de toneladas.
Parte do desempenho da Gerdau no primeiro trimestre foi apoiado também pela área de aços especiais, que tem entre os principais clientes a indústria automotiva.
Com a produção de veículos subindo em vários mercados em que a Gerdau atua – no Brasil houve alta de cerca de 15% no primeiro trimestre ante um ano antes –, a produção da divisão de aços especiais subiu 13% e a receita líquida saltou 27,6%, para R$ 1,7 bilhão. O Ebitda da unidade, enquanto isso, avançou 63%, para R$ 315 milhões.
A melhora operacional permitiu uma redução na alavancagem da Gerdau, que caiu de 3,5 para 2,7 vezes entre o final do primeiro trimestre de 2017 e março deste ano. No primeiro trimestre, a empresa anunciou vendas de ativos no Brasil e Estados Unidos que somaram R$ 3,165 bilhões, cerca de metade dos R$ 6,3 bilhões em desinvestimentos promovidos pela Gerdau desde 2014. O presidente da empresa, Gustavo Werneck, afirmou no fim de fevereiro que a companhia tinha atingido a fase final do programa de revisão de seus empreendimentos.