Executivos de algumas das maiores petroleiras do mundo deverão fazer lances por todos os blocos que serão ofertados no leilão do pré-sal hoje (7), gerando receita de R$ 3,2 bilhões ao governo federal, afirmou à Reuters o diretor-geral da agência reguladora do setor de petróleo (ANP), Décio Oddone.
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O leilão, que ofertará áreas que abrigam algumas das geologias mais atraentes do mundo, ocorrerá no Rio de Janeiro, em um momento em que a elevação dos preços do petróleo impulsionou o apetite global por projetos marítimos que demandam altos investimentos.
Um recorde de 16 petroleiras se inscreveram para fazer lances por quatro blocos, nas bacias de Campos e Santos, que serão ofertados na chamada 4ª Rodada de Licitações sob o regime de partilha de produção.
“Acredito que será um leilão exitoso. São quatro áreas, poucas áreas, então por isso eu acredito que vai ser o primeiro leilão que nós vamos ter com todas as áreas tendo oferta, com competição”, disse Oddone à Reuters.
Dentre as empresas inscritas estão as maiores petroleiras do mundo, como ExxonMobil, Shell, Equinor (ex-Statoil), Total, dentre outras.
Para o diretor-geral da ANP, nem mesmo a crise que envolveu a Petrobras nas últimas semanas deverá atrapalhar o apetite das companhias por fatias no pré-sal. “São ativos exploratórios, de produção, investimento de longo prazo, o que está acontecendo no Brasil é muito conjuntural”, disse Oddone.
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No mês passado, protestos de caminhoneiros contra altos preços do diesel levaram o governo brasileiro a prometer uma redução nos valores do combustível, reavivando temores sobre intervenções estatais na administração da Petrobras. A petroleira aceitou segurar reajustes de preços do diesel, desde que seja ressarcida pela União.
“O Brasil é um país que tem tradição de respeitar contratos, os ativos são interessantes”, completou.
No leilão, serão oferecidas as áreas de Três Marias e Uirapuru, na Bacia de Santos, e Itaimbezinho e Dois Irmãos, na Bacia de Campos.
Durante a rodada, as empresas habilitadas apresentarão ofertas para cada um dos blocos em licitação. Os bônus de assinatura são fixos. Vencem as áreas as licitantes que ofertarem o maior percentual de excedente em óleo para a União.
Os lances fixos pelas áreas variam de R$ 50 milhões, no caso de Itaimbezinho, e R$ 2,65 bilhões, no caso de Uirapuru.
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A Petrobras manifestou interesse em participar como operadora nas áreas de Dois Irmãos, Três Marias e Uirapuru, com participação mínima obrigatória de 30%.