Na indústria de elevadores, as panes são ruins para os negócios. Assim, quando a Thyssenkrupp North America precisou de ajuda para prever quando fazer a manutenção de seus elevadores, procurou a Microsoft, em uma parceria que ilustra como o executivo-chefe da empresa de software, Satya Nadella, alavancou a computação em nuvem para desenvolver seu próprio negócio.
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Um encontro de 2014 entre a liderança das operações norte-americanas da alemã Thyssenkrupp e o recém-empossado Nadella levou ao MAX, um serviço de manutenção preditivo construído no Azure, plataforma de computação em nuvem da Microsoft, usada desde então para conectar à nuvem elevadores de 41 mil clientes da Thyssenkrupp.
Antes dessa reunião, o relacionamento da empresa com a Microsoft consistia, em grande parte, na renovação de sua licença para o software Windows. Desde então, os gastos da Thyssenkrupp na América do Norte com a Microsoft mais do que dobraram, disse o presidente-executivo Patrick Bass à Reuters. “Nossos gastos em TI como um todo estão diminuindo e, ainda assim, nossas capacidades e nosso gasto total com a Microsoft aumentaram substancialmente.”
Aproveitar a nuvem para ampliar seu relacionamento com clientes como a Thyssenkrupp tem sido chave para a estratégia de Nadella, e valeu a pena: as ações da Microsoft subiram 180% desde que ele assumiu o comando da empresa, cujo valor de mercado superou US$ 800 bilhões pela primeira vez no início deste mês.
Quando reportar seus resultados ainda hoje (19), espera-se mais uma vez que a gigante de tecnologia divulgue números excepcionais, impulsionados por seu serviço de assinatura do pacote Office 365, em rápido crescimento, e pelo negócio de computação em nuvem do Azure.
Seu trabalho com a Thyssenkrupp ilustra o sucesso que a Microsoft teve em mudar seu modelo de licenciamento tradicional para dar ênfase em parcerias e produtos e serviços de computação em nuvem baseados em assinaturas.
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A Thyssenkrupp “passou de produtora de coisas e de prestadora de serviços para vendedora de coisas como um serviço”, disse Sam George, diretor de engenharia da internet das coisas (IoT) do Azure. “Eles passaram por uma grande transformação.”
George disse que acompanhou Nadella em várias visitas a clientes. A Microsoft entrou em parcerias semelhantes com empresas como a Kroger, a Starbucks, a Chevron e o Adobe Systems.
A companhia disse que 75% das grandes empresas possuem pelo menos três serviços corporativos na nuvem, ante 70% com pelo menos dois serviços em 2015.
Desde que mudou a forma como reporta receita no final de 2015 para enfatizar serviços em nuvem, a Microsoft viu seu segmento de Produtividade e Processos de Negócios, que inclui o Office 365, passar de queda de 3% na comparação anual no primeiro trimestre do ano fiscal de 2016 para crescimento de 28% no primeiro trimestre de 2018.
A taxa de expansão do Intelligent Cloud da empresa, que inclui o Azure, passou de 8% no primeiro trimestre de 2016 para 14% no mesmo período deste ano.
Mais recentemente, a Thyssenkrupp North America introduziu o conjunto de produtividade Office 365 em todos os seus negócios, enquanto incentivou os funcionários a usarem o software de colaboração Teams da Microsoft. A empresa também está usando o Dynamics 365 como o software de gerenciamento de relacionamento com o cliente preferido.
Bass disse que sua empresa não usa mais data centers privados e está avançando para eliminar os servidores locais de computadores. Até agora, 50% da computação e do armazenamento da Thyssenkrupp North America estão no Azure, e espera-se que cresça para mais de dois terços nos próximos 12 meses.
“Vamos alavancar os serviços da plataforma de nuvem do Azure ao máximo”, disse Bass.