A Farfetch precificou hoje (21) suas ações acima da faixa indicativa, em uma operação em Nova York que valoriza a varejista online de luxo em mais de US$ 5,8 bilhões e ressalta quão grandes foram as vendas na web para marcas de alta qualidade.
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O comércio eletrônico está emergindo como um dos maiores impulsionadores do crescimento das marcas de luxo, temerosas inicialmente de diluir sua imagem vendendo online.
A Farfetch, com sede em Londres, é um site de 10 anos que conecta compradores a centenas de butiques e grifes de moda, mas não tem estoques. É uma das plataformas de múltiplas marcas em franca expansão que conquistaram uma posição no mercado.
Suas ações devem começar a ser negociadas na bolsa de valores de Nova York hoje, depois que a companhia definiu o preço de US$ 20 por papel em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês, acima da faixa de US$ 17 a US$ 19).
A empresa arrecadará US$ 885 milhões na listagem, com a companhia emitindo 33,6 milhões de novas ações e os atuais acionistas, incluindo os primeiros patrocinadores, como a Advent Venture Partners e a Vitrurian Partners, vendendo 10,6 milhões.
O IPO valoriza a Farfetch, fundada pelo empresário português José Neves, em US$ 5,8 bilhões, de acordo com a contagem de ações disponível em seus últimos lançamentos. Ao incluir as opções de ações dos funcionários, isso aumentaria para US$ 6,3 bilhões, disse a empresa.
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Os investidores existentes da Farfetch incluem a JD.com, a segunda maior empresa de comércio eletrônico da China, que comprou ações extras ao longo da listagem em uma colocação privada.
A Farfetch – que nunca teve lucro, mas anunciou um salto de 59% no faturamento no ano passado, para US$ 386 milhões – atraiu investimentos de importantes participantes do setor em seu IPO, como a família Pinault, que controla o Kering, grupo francês por trás de marcas como a italiana Gucci.
Para se destacar da multidão, a plataforma está investindo pesadamente em tecnologia, inclusive para os serviços de lojas digitais que está testando com a francesa Chanel, uma das grandes empresas ligadas à Farfetch.
As vendas online devem representar um quarto das receitas da indústria de luxo em 2025, de pouco menos de 10% agora, segundo a consultoria Bain, em parte graças à demanda de jovens compradores em mercados de tecnologia avançada como a China.