O dólar opera hoje (21) em alta ante o real, em um ajuste ao forte movimento de aversão ao risco registrado no exterior ontem (20), embora a tentativa de melhora externa nesta sessão contenha o movimento.
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Às 10h14, a moeda norte-americana subia 0,7%, a R$ 3,7908, depois de terminar a segunda-feira em alta de 0,66%, a R$ 3,7645. O dólar futuro tinha valorização de cerca 0,8%.
“As tensões se elevam com a recente realização de lucros, principalmente de empresas de tecnologia norte-americanas e com a forte derrocada do petróleo”, disse a gestora Infinity em relatório ao explicar o movimento de ontem, que teve contribuição ainda da “contínua pressão nos juros norte-americanos, com o ciclo ainda não terminado de aperto monetário. A contração econômica, principalmente com a falta de resolução da guerra comercial, deixa um contínuo temor de piora à vista”, emendou.
Ontem, quando os mercados domésticos fecharam em função do Dia da Consciência Negra em algumas cidades brasileiras, as bolsas norte-americanas terminaram com fortes quedas, pressionadas pelo setor de tecnologia, preocupações com o crescimento global e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Nesta quarta-feira, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu suas previsões de crescimento global por causa, justamente, das tensões comerciais e taxas de juros mais altas.
Agora, projetou que o crescimento global vai desacelerar de 3,7% para 3,5% este ano e menos 0,1% e 0,2% em 2019 e 2020, respectivamente, abaixo do previsto..
A desaceleração do crescimento global será pior em países não-membros da OCDE, com muitas economias de mercados emergentes provavelmente registrando saídas de capital à medida que o banco central dos EUA aumente gradualmente a taxa de juros. A OCDE reduziu suas perspectivas para países em risco, como Brasil, Rússia, Turquia e África do Sul.
Ainda ontem, o tombo de 6% do preço do petróleo pesou nas ações do setor de energia, embora, hoje, a commodity já esboce recuperação.
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O dólar caía ante a cesta de moedas e ainda sobre divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rublo.
Internamente, os investidores também repercutem nesta sessão as últimas indicações da equipe do novo governo. Na véspera, foi indicado o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para o Ministério da Saúde.
“O DEM tem se tornado uma peça-chave ao novo governo na sua formação”, destacou a gestora Infinity ao ponderar, entretanto, que “a equipe econômica continua pautada pela tecnicidade e continua a agradar ao mercado”.
“Tais escolhas são muito importantes, pois a perspectiva de crescimento global mais modesta para os próximos anos se choca com a tentativa de recuperação da economia brasileira, daí a necessidade de bons nomes”, concluiu.
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou a criação de uma Secretaria de Privatizações, com o objetivo de acelerar a venda de ativos brasileiros e melhorar a saúde fiscal do país.
Nesta manhã, o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que o novo governo pretende não só reduzir o número de ministérios, como também as estruturas das pastas.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de US$ 12,217 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.