O dólar terminou mais um pregão ao redor da estabilidade ante o real, com fluxo pontual de venda aliviando a pressão altista que predominou durante todo o dia após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter reafirmado sua postura de política monetária na véspera.
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O dólar recuou 0,06%, a R$ 3,7361 na venda, acumulando, na semana, alta de 1,13%. Nestas duas semanas seguidas de valorização, acumulou ganho de 2,23%.
Na mínima, a moeda foi a R$ 3,7325 e, na máxima, e R$ 3,7761. O dólar futuro cedia 0,66%.
“Qualquer alívio pode empurrar o dólar de volta para R$ 3,70 rapidamente. Por outro lado, precisamos de mais aversão ao risco para ver a moeda revisitando os R$ 3,80”, argumentou um diretor de Tesouraria de um banco estrangeiro ao justificar o intervalo curto de oscilação da moeda.
Um operador da mesa de câmbio de uma corretora local acrescentou que o giro foi mais fraco na sessão, o que contribuiu para amplificar os movimentos e ajudando a inverter a trajetória da moeda na reta final.
“E deve continuar fraco no começo da próxima semana, com feriado nos Estados Unidos (dia dos veteranos) e semana mais curta no Brasil (quinta-feira é feriado Proclamação da República)”, acrescentou.
No Dia do Veterano, as bolsas norte-americanas funcionam, mas a liquidez pode ser menor por causa do feriado.
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Ao longo da sessão, o viés de alta do dólar veio do exterior, depois que, na véspera, o Federal Reserve manteve os juros entre 2% e 2,25%, afirmando que o “mercado de trabalho continuou a se fortalecer e… a atividade econômica tem crescido em um ritmo forte”, deixando intacto seu plano de continuar a elevar juros gradualmente. Alta de juros nos EUA tendem atrair para o país dinheiro hoje aplicado nos países emergentes.
“Neste panorama residem os temores de mercados emergentes e da China… O ciclo natural de liquidez se volta aos EUA com o aperto monetário e, ao financiar a maior economia global, ‘secam’ as opções aos outros países”, escreveu o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira.
O dólar operava em alta ante a cesta de moedas e perto da máxima de 16 meses após o Fed. Também subia ante as divisas de países emergentes, como o peso chileno e a lira turca.
Depois das eleições parlamentares nos EUA do início da semana, quando os democratas conquistaram maioria na Câmara dos Deputados dos EUA, começou a crescer a avaliação de que os juros poderiam subir menos no país, já que o presidente Donald Trump teria mais dificuldades de implementar medidas, como por exemplo, novo corte de impostos, facilitando o controle da inflação pela autoridade monetária.
Internamente, os investidores seguem ansiosos por novidades sobre a equipe de governo, sobretudo sobre o comando do Banco Central, e ainda sobre a reforma da Previdência.
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Na véspera, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que “não é” o fim do mundo aprovar a reforma da Previdência no ano que vem, lembrando que este é o prazo com que trabalha o mercado e salientando que o impacto da reforma nas contas públicas aumenta com o passar do tempo.
“A derrota do futuro governo com o aumento dos gastos (aprovação do aumento dos ministros do STF e do Rota 2030 com incentivos a montadoras) para os próximos anos mostrou que a nova cara técnica do futuro governo Bolsonaro precisa ter ‘malícia’ para negociar com o Congresso”, avaliou o chefe da mesa de renda fixa de uma corretora estrangeira.
Ele se referia ao aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal e à medida provisória que institui um novo regime tributário para o setor automotivo, o Rota 2030.
O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 3,816 bilhões do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.