O dólar opera em alta nesta manhã (17) ante o real, monitorando a trajetória externa em semana de expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve e em dia de nova atuação do Banco Central no câmbio.
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Às 10h34, a moeda norte-americana avançava 0,59%, a R$ 3,9276 na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,63%, a R$ 3,9046. O dólar futuro subia cerca de 0,2%.
“O BC colocando linha dá a sensação de que há demanda para o dólar à vista, para saída de recursos. Então o mercado acaba não conseguindo fazer movimento de ajuste para baixo”, avaliou o operador da Necton Corretora José Carlos Amado.
O Banco Central volta a realizar nesta segunda-feira mais um leilão de linha – venda com compromisso de recompra –, após a moeda norte-americana ter fechado na casa de R$ 3,90 na sexta-feira (14). O BC fará uma oferta de até US$ 1 bilhão.
O fluxo de saída de recursos é comum no final do ano, quando muitas empresas remetem lucros e dividendos ao exterior, e já levou o BC a realizar quatro leilões novos de linha desde o final de novembro – o de hoje é o quinto –, além de promover a rolagem dos contratos que venciam no início deste mês.
“Não descarto o BC fazer ainda novos leilões. Final do ano continua com perspectiva de saída de recursos”, acrescentou Amado.
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A autoridade também realiza nesta sessão mais um leilão para rolagem do vencimento de dezembro de swaps cambiais tradicionais – equivalente à venda futura de dólares –, que totaliza US$ 10,373 bilhões. Vende nesta manhã oferta de até 13,83 mil contratos. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até sexta-feira (21), terá feito a rolagem integral.
No mercado externo, o dólar recuava ante outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano, em semana de expectativa por decisões de política monetária de grandes bancos centrais, com principal atenção ao Federal Reserve.
Na quarta-feira (19), o banco central dos EUA deve elevar a taxa de juros, mas o mercado quer saber o que dirá o comunicado e também o chairman Jerome Powell, depois de recentemente os membros da autoridade monetária terem sinalizado um discurso mais “dovish” (brando), indicando que os juros do país já estariam perto do nível neutro.
Há preocupação com a desaceleração econômica global, sobretudo após a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que já impactou os indicadores da segunda maior economia mundial.
O dólar também caía ante a cesta de moedas, em dia de recuperação do euro após o tombo recente após dados fracos na região e preocupações com a Itália e o Brexit.