A Embraer informou hoje (16) que espera ter uma posição líquida de caixa quando concluir a venda do controle de sua divisão de aviação comercial para a Boeing, mas alertou que terá lucro pequeno ou zero nos próximos dois anos.
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A companhia espera que as operações atinjam equilíbrio financeiro descontando pagamento de juros e impostos em 2019, segundo documento enviado ao mercado. A medida, chamada de Ebit, deve subir para entre 2% e 5% da receita em 2020.
Em 2018, a Embraer não conseguiu cumprir várias de suas projeções, ficando abaixo em pelo menos US$ 250 milhões da previsão de receita na divisão de aviação executiva e US$ 200 milhões abaixo do previsto na área de defesa.
A companhia queimou duas vezes mais caixa que o esperado, tendo um fluxo de caixa negativo de cerca de US$ 200 milhões em 2018. Mas espera reverter o resultado como efeito da entrada de recursos da Boeing e previu fluxo positivo de US$ 1 bilhão com a conclusão da operação.
As ações da Embraer exibiam queda de cerca de 3% por volta das 12h15, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 0,3%.
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As entregas da divisão de jatos comerciais, que será controlada em 80% pela Boeing a partir de 2020, devem ficar praticamente estáveis neste ano ante 2018, variando entre 85 e 95 aviões.
A empresa também cortou a projeção de receita de 2018 em US$ 300 milhões, prejudicada por entregas menores de jatos executivos e incidente com o cargueiro KC-390.
A companhia afirmou que suas projeções para 2019 consideram custos associados ao acordo com a Boeing.
A Embraer também divulgou projeções para 2020. A companhia espera que suas receitas caiam cerca de 50%, dada a separação do grupo de sua divisão comercial.