A companhia do agronegócio norte-americana Archer Daniels Midland reportou hoje (5) lucros do quarto trimestre de 2018 abaixo do esperado, conforme a guerra comercial entre EUA e China abalou a agricultura global, levando suas ações a caírem mais de 6%.
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Três de suas quatro unidades reportaram resultados menores, incluindo o negócio de comércio de grãos, no qual o lucro operacional ajustado caiu 30%, para US$ 183 milhões, apesar dos maiores volumes de exportação de soja e milho norte-americanos para mercados fora da China.
Os lucros também foram prejudicados por “acordos de seguro significativos” nos negócios da ADM ligados aos carregamentos de sorgo no início de 2018.
No final de abril, a Reuters reportou que diversos carregamentos de sorgo dos Estados Unidos para a China mudaram de rota, após as medidas antidumping chinesas.
As margens de esmagamento “não serão tão espetaculares” em 2019, disse o presidente-executivo da ADM, Juan Luciano, apesar de estarem acima da média dos últimos cinco anos. “Apesar de alguma redução modesta nas margens de esmagamento em relação ao ano anterior, esperamos estar bem posicionados para aumentar os lucros em 2019”, disse Luciano.
GUERRA COMERCIAL
Os problemas da ADM no quarto trimestre vieram em meio a uma contundente disputa comercial entre os EUA e a China, que praticamente interrompeu as vendas de soja dos EUA ao maior importador do mundo, aumentando a oferta e arrastando os preços para níveis mínimos em uma década.
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Mas, à medida que a China recorreu ao Brasil, os operadores de grãos, incluindo a ADM, aproveitaram a chance de exportar grãos da oleaginosa da América do Sul e comprá-los com desconto dos agricultores dos EUA para processamento.
Luciano reconheceu que “a rápida mudança do comércio, condições geopolíticas e de mercado” tiveram impacto na empresa.