De empresas de alimentos a montadoras de carros, uma grande variedade de marcas está tentando alcançar um dos grupos demográficos mais quentes do momento: os fãs de competições profissionais de videogames.
Segundo pesquisa da empresa de análise de mercado Nielsen divulgada hoje (24), 39% da exposição de marcas em transmissões de torneiros de e-sports em 2018 veio de companhias não relacionadas a videogames.
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“De todas as formas de entretenimento, a maior paixão são os videogames“, disse Nicole Pike, diretora-gerente da Nielsen e-sports.
Essas empresas são chamadas de “não-endêmicas”, uma vez que não são tão naturalmente alinhadas com os e-sports quanto aquelas que fabricam computadores, consoles e outros equipamentos para jogos, por exemplo.
A lista de marcas não endêmicas do setor já inclui nomes como Disney, Spotify, Toyota, Mastercard, Cheez-It, Hershey, Sephora e Wendy e só está aumentando.
A audiência dos e-sports, que inclui participação presencial ou online nos torneios, está se expandindo. A maior parte dos fãs tem entre 18 e 35 anos de idade, sendo referidos como “adultos emergentes” no relatório da Nielsen. Eles têm mais renda disponível do que fãs de outros esportes e muitos deixaram de consumir a mídia tradicional.
De fato, 61% dos telespectadores de e-sports no Twitch, uma das principais plataformas de canais relacionados ao tema, não assistem à televisão semanalmente, segundo a Nielsen, dificultando o alcance de formas tradicionais de marketing.
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Entrar no segmento parece funcionar, já que 90% dos telespectadores do Twitch podem nomear pelo menos um patrocinador não endêmico, segundo o levantamento.
Marcas vistas como genuinamente interessadas no espaço apresentam performance melhor do que aquelas que apenas colocam seu logotipo em uma camiseta, afirmam especialistas em publicidade e e-sports.
O Doritos, da PepsiCo, por exemplo, patrocinou o evento Doritos Bowl no Twitch, envolvendo uma competição de Call of Duty entre nomes conhecidos do universo de streamers. Os fãs assistiram a quase 550 mil horas combinadas do torneio, segundo a Nielsen.
Um influxo de marcas não endêmicas também aumenta a credibilidade do ecossistema em evolução dos e-sports, disse Chad De Luca, diretor de jogos e esportes na Publicis Sport & Entertainment. “É uma marca de aprovação de uma grande empresa”, disse ele.