A petroleira francesa Total deu mais um passo na estratégia de investir em energia renovável no Brasil, ao fechar a aquisição de seu primeiro projeto de geração eólica no país, um complexo no Rio Grande do Norte que terá capacidade instalada de cerca de 92 megawatts.
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O negócio foi celebrado pela Total Eren, braço do grupo para investimentos em geração limpa, e envolve o complexo Terra Santa, da desenvolvedora Vila Energia Renovável, disse à Reuters o sócio-diretor da empresa de projetos, Fernando Estevão de Meneses.
A Total Eren já contava com um portfólio no Brasil formado por três projetos solares que somam uma capacidade instalada de cerca de 140 megawatts.
Já a Vila Energia Renovável manterá uma fatia de 10% no empreendimento eólico, segundo Meneses.
“Esse projeto vai demandar um investimento total em torno de R$ 410 milhões”, afirmou ele.
O negócio foi realizado em um momento em que grandes petroleiras globais buscam ativos de energia limpa para aquisição no Brasil, um dos mercados com maior potencial para a tecnologia, para diversificar seus negócios em meio à expectativa de transição global para uma matriz energética mais limpa, conforme publicou a Reuters no início de abril.
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O executivo da Vila Energia Renovável acrescentou que a geração futura do empreendimento no Rio Grande do Norte já foi negociada por meio de um contrato de 20 anos com a elétrica mineira Cemig, que realizou leilões no ano passado para adquirir energia de projetos renováveis.
Procurada, a Total Eren não comentou o assunto.
Pelo cronograma fechado com a Cemig, o complexo eólico adquirido pela Total Eren precisaria iniciar as operações em janeiro de 2022, mas os esforços serão para antecipar a conclusão em ao menos um ano, disse Meneses.
“Nosso pior cenário é iniciar a operação comercial em janeiro de 2021. A gente quer e está buscando entrar em operação antes”, afirmou ele.
O executivo afirmou ainda que o complexo eólico já possui licença ambiental prévia e está em processo de obtenção da licença de instalação, que permite o início efetivo das obras.
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A transação de aquisição do controle do parque eólico, cujo valor não foi divulgado, não foi a primeira entre a Total e a Vila Energia Renovável. Antes, a desenvolvedora havia negociado com a Total Eren os projetos solares BJL 11 e BJL 4, cada um com 25 megawatts em capacidade.
Fora o complexo eólico Terra Santa, a Total Eren conta com três projetos solares no Brasil – as usinas BJL 11 e BJL 4, na Bahia, e o complexo Dracena, em São Paulo, com 90 megawatts.
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