Os motoristas do Uber em Londres e Nova York começaram um dia de greves hoje (8) para protestar contra a disparidade entre as condições de trabalho e as somas que os investidores provavelmente ganharão na estreia da empresa no mercado de ações.
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Motoristas e reguladores de todo o mundo há muito tempo criticam as táticas de negócios do Uber, e a valorização esperada de US$ 90 bilhões que deve ser atribuída à empresa pela oferta pública inicial de ações na sexta-feira (10) está provando ser o mais recente ponto de discórdia.
Sindicatos no Reino Unido disseram que o apoio à greve era forte, com motoristas ficando em casa e passageiros usando a hashtag #UberShutDown para prometer solidariedade nas mídias sociais.
Além de Londres, motoristas em Nova York, Chicago, Los Angeles, São Francisco e em outras grandes cidades dos Estados Unidos prometiam adesão ao movimento. No Brasil, parte dos motoristas da plataforma se organizou pelas redes sociais para aderir à paralisação. Atos de protesto em frente à sede do Uber e no Vale do Anhangabaú, em São Paulo eram planejados. Pelo menos outras três capitais brasileiras – Curitiba, Campo Grande e Salvador – também registravam protestos segundo veículos locais de imprensa. Procurada no Brasil, a empresa não comentou o assunto.
A companhia tem 3 milhões de motoristas cadastrados em seu aplicativo no mundo e não ficou claro se os protestos diminuirão significativamente o serviço.
O presidente-executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, contratado para ajudar a empresa a superar uma série de escândalos e realizar o IPO, prometeu tratar melhor os motoristas.
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O Uber está pagando a mais de 1 milhão de motoristas cerca de US$ 300 milhões em bônus únicos, por exemplo, e mudou suas políticas, incluindo possibilidade dos usuários do aplicativo darem gorjetas aos motoristas.
“São os motoristas que criaram esta riqueza extraordinária, mas eles continuam a negar mesmo os mais básicos direitos trabalhistas”, disse James Farrar, presidente da entidade britânica United Private Hire Drivers.
“Eles cresceram e cresceram e ficaram cada vez mais ricos, mas eu não cresci com a empresa. Minha condição como motorista Uber piorou”, disse Syed Ali, motorista do Uber e integrante da Aliança de Motoristas de Táxi de Nova York.
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