A indiana UPL, uma das cinco maiores empresas de agroquímicos do mundo, vai investir cerca de US$ 200 milhões no Brasil em cinco anos, buscando servir melhor a produtores locais, que são fornecedores importantes para o crescente mercado indiano.
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Em sua primeira entrevista desde a conclusão da aquisição da norte-americana Arysta LifeScience por US$ 4,2 bilhões no início deste ano, executivos da UPL afirmaram que o investimento no gigante da agricultura latino-americana será inicialmente direcionado para pesquisas e não inclui dinheiro para potenciais aquisições.
“Não estamos apenas vendendo tecnologia para o Brasil”, disse à Reuters Jai Shroff, presidente-executivo global da UPL, em Atibaia (SP), onde esteve para uma convenção da empresa, que tem sede em Mumbai. “Estamos permitindo que empreendedores do Brasil e da América do Sul coloquem os pés em países como a Índia.”
Fabio Toretta, chefe da UPL no Brasil, afirmou que a empresa está liderando a combinação de vender tanto químicos quanto soluções biológicas para ajudar agricultores a estabelecerem suas safras, combaterem doenças e controlarem o estresse.
A criação de produtos específicos para o Brasil continua sendo um desafio por conta do clima, que torna mais fácil para doenças e insetos resistirem a químicos, disse ele.
A empresa afirmou que sua presença no Brasil, onde opera duas fábricas, sustenta uma estratégia de criar laços comerciais com agricultores. A companhia estimou que 80% da produção mundial de alimentos nos próximos 30 anos virá de países emergentes, incluindo o Brasil.
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Recentemente, a UPL patrocinou uma reunião entre seus clientes brasileiros e importadores de alimentos da Índia, visando construir relações comerciais.
Com 20% das vendas globais, o Brasil é o maior mercado individual da UPL. Mesmo assim, de acordo com Shroff, “a penetração no Brasil ainda não está no nível em que pode estar”.
Com US$ 5 bilhões anuais em vendas e presença em 76 países, a empresa de 50 anos, fundada pelo pai de Shroff, diz que é essencial se manter em contato com os agricultores para garantir que os produtos sejam adaptados às suas necessidades.
Entre as razões pelas quais isso é tão importante está o custo para a criação de uma nova molécula química, que pode atingir US$ 280 milhões e levar 15 anos, disse Diego Casanello, diretor de operações de negócios globais.
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Outra questão é o processo de aprovação para o registro de novos produtos, que é particularmente demorado no Brasil, onde leva uma média de seis a 10 anos, em comparação à média de dois a três anos em países desenvolvidos.
“Os custos regulatórios e o custo de se fazer negócios estão aumentando, então o tamanho importa”, disse Shroff.
A empresa também vende tecnologias para fazer a agricultura mais resistente às mudanças climáticas. “Iremos mudar as práticas dos agricultores para que eles consigam controlar [os efeitos das mudanças climáticas]. Agora eles podem pagar por essas coisas. Antes, não precisavam”, concluiu Shroff.
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