O dólar fechou em alta de 1% contra o real hoje (5), no maior ganho diário em mais de duas semanas, em ajuste depois de três quedas consecutivas que na véspera levaram a cotação ao menor patamar em oito semanas.
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A moeda norte-americana à vista terminou cotada a R$ 3,8953 na venda. A alta de 1% é a mais intensa desde 17 de maio passado (1,62%).
Na B3, o contrato de dólar de maior liquidez valorizava-se 0,93%, para R$ 3,9010.
Uma combinação de fatores deu suporte ao dólar nesta sessão. A moeda norte-americana esboçava recuperação no exterior, também depois de dias seguidos de perdas.
No Brasil, o mercado repercutiu negativamente a suspensão, pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), de reunião realizada nesta quarta-feira para discutir parecer favorável a projeto que autoriza operações de crédito que permitiram ao governo cumprir a regra de ouro.
Durante a tarde, ruídos sobre flexibilização do tetos de gastos adicionaram ainda mais cautela e alimentaram a alta do dólar. O Ministério da Economia afirmou mais no final do dia que não excluirá investimentos do limite imposto pela regra do teto de gastos.
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“Acho que essa discussão começou cedo demais. Mas, sim, todo mundo sabe que depois da Previdência a ideia é ajustar o teto de gastos”, disse um gestor em São Paulo.
Apesar da alta nesta sessão, o dólar ainda mostra fraco desempenho ante o real no mês, o que deixa a moeda brasileira entre as de melhor desempenho no mundo em maio.
Desde a máxima de 20 de maio, o dólar acumula baixa de 5,1% ante o real. E para o estrategista para América Latina do Crédit Agricole, Italo Lombardi, a divisa norte-americana tem mais espaço para cair.
“Houve claramente um ‘overshooting’ no dólar”, afirmou o estrategista. “Mas com os sinais agora mais ‘dovish’ (suave) do Fed e a melhora na relação política, não vejo como descabido o dólar testar os níveis de R$ 3,65”, completou.
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