O dólar registrou a maior alta em mais de uma semana ante o real hoje (5), voltando a superar o nível de R$ 3,80, em meio à força global da moeda depois de dados mais fortes nos Estados Unidos refrearem apostas agressivas de cortes de juros pelo Federal Reserve.
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A moeda norte-americana à vista subiu 0,54%, a R$ 3,8200 na venda. É o maior ganho percentual diário desde 25 de junho (0,69%). Na semana, a cotação acumulou queda de 0,55%.
Os EUA geraram, em termos líquidos, 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola em junho, bem acima dos 160 mil previstos por analistas consultados pela Reuters. Em relatório semestral divulgado após os dados de emprego, o Fed descreveu o mercado de trabalho como forte e a inflação fraca como “transitória”.
De forma geral, os números pegaram um mercado com amplas apostas de cortes de juros pelo Fed no fim deste mês. Segundo analistas, a convicção em juros menores nos EUA vinha explicando a desvalorização recente da moeda norte-americana no mundo e no Brasil.
“Os dados de hoje nos fazem manter nossa estimativa fora da curva de mercado, de que não haverá redução de juros em julho”, disseram estrategistas do Citi em nota, lembrando que na semana que vem o chairman do Fed, Jerome Powell, dará depoimento no Congresso dos Estados Unidos.
Apesar da desvalorização desta sexta, a moeda brasileira ainda teve desempenho melhor que alguns de seus pares, ainda na esteira do otimismo gerado com a aprovação, na véspera, do parecer da reforma da Previdência em comissão especial.
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O Morgan Stanley – que em junho passou a recomendar posição comprada em real (que ganha com a valorização da divisa brasileira) – lembra que o posicionamento contrário ao real nos mercados futuros ainda é relevante, o que, tecnicamente, deixa a moeda doméstica inclinada a altas.
“Achamos que o real pode continuar registrando ganhos no curto prazo”, afirmaram estrategistas do banco, que estimam dólar a R$ 3,75 ao fim deste ano.
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