A Petrobras assinou contrato de afretamento por dois anos de uma sonda de perfuração da Ocyan, antes chamada Odebrecht Óleo e Gás, disse o presidente da fornecedora à Reuters, no primeiro acordo entre ambas desde a deflagração da operação Lava Jato, há cinco anos.
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A petroleira estatal escolheu a Ocyan e outras duas empresas em uma recente licitação para a contratação de seis sondas, afirmou Roberto Simões em uma entrevista na sede da Ocyan.
Sem revelar valores, Simões informou que, além da Ocyan, saíram vencedoras da concorrência aberta pela Petrobras a Constellation Oil Services Holding, com três sondas, e a Petroserv, com duas unidades.
“Para nós, (esse contrato) tem um fator emblemático enorme”, frisou Simões, ressaltando que a Ocyan e as demais empresas do grupo Odebrecht ficaram impedidas de realizar novos negócios com a petroleira brasileira desde o escândalo da Lava Lato até meados do ano passado.
Em julho de 2018, a Petrobras assinou termo de compromisso com a Odebrecht, que esteve no centro das investigações de corrupção, permitindo o fim do bloqueio cautelar contra as empresas do grupo, mediante avanços importantes na governança e acordos de leniência bilionários fechados com autoridades.
“No momento em que você tem a empresa operando como está, todos os ativos estão agora super bem avaliados pelo cliente, e além disso conquista o contrato, está fechando com chave de ouro o ciclo de retomada.”
A embarcação contratada, chamada Norbe VI, é uma plataforma de perfuração semissubmersível, com posicionamento dinâmico capaz de operar em lâmina d’água de até 2,4 mil metros e perfurar poços até 7,5 mil metros. Ela será usada em atividades nas Bacias de Campos e Santos, segundo Simões.
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O negócio envolvendo Norbe VI marca a recontratação pela Petrobras da sonda, que esteve prestando serviços à estatal até 2018. Ela deve iniciar os trabalhos no último trimestre deste ano.
A empresa tem outras cinco sondas de perfuração já contratadas pela Petrobras, em negócios anteriores à Lava Jato.
Procuradas, a Petrobras e a Petroserv não responderam aos pedidos de comentários.
A Constellation Oil Services Holding já havia anunciado que três de suas sondas, Alpha Star, Gold Star e Lone Star, foram contratadas por dois anos com a Petrobras.
DE OLHO NO CRESCIMENTO
A Ocyan, que mudou de nome em janeiro de 2018, está atualmente muito menor do que já foi um dia. Hoje, a empresa emprega cerca de 2 mil funcionários, contra 6 mil antes do escândalo de corrupção atingir suas atividades.
Simões ressaltou que a empresa concluiu no ano passado sua recuperação financeira, por meio de uma recuperação extrajudicial, e está agora empenhada na busca pelo crescimento.
Uma das duas unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo (FPSO, na sigla em inglês) que a empresa opera juntamente com a Teekay, por meio da joint venture TK-Ocyan, chamada Cidade de Itajaí, produz petróleo no campo de Baúna, nas águas rasas da Bacia de Santos. O campo foi vendido na semana passada pela Petrobras à australiana Karoon.
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Executivo da Karoon disse em entrevista à Reuters prever investimentos para elevar a produção em Baúna em 60% até 2022, em um movimento que pode ser importante para a Ocyan, que irá buscar estender o contrato da plataforma, previsto para vencer em 2022, disse Simões.
A Ocyan também está atenta a outro ativo da Karoon, o campo de Neon, próximo a Baúna, na Bacia de Santos, onde Simões tem a expectativa de que a australiana lance em breve uma licitação para a contratação de um FPSO. A expectativa da Karoon é iniciar a produção no novo campo em 2023.
Em outra frente, a companhia de serviços planeja participar de concorrência para fornecer um FPSO para a brasileira Enauta, antiga Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), para o campo de Atlanta, também em Santos, que Simões prevê ser lançada até o fim deste ano.
A empresa também tem expectativa de disputar leilão para fornecer um FPSO para a Shell, na área de Gato do Mato, na Bacia de Santos.
Outras licitações para novas plataformas pela Petrobras também estão no radar da Ocyan.
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