O novo presidente-executivo do Banco Votorantim, Gabriel Ferreira, disse hoje (18) que está começando a preparar a empresa, maior financiadora para compra de veículos do país, para listagem na bolsa por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
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“Meu mandato é preparar o banco para o IPO”, disse Ferreira, que assumiu a presidência do Banco Votorantim na semana passada, a jornalistas.
Segundo ele, tanto o prazo quanto a estrutura da operação ainda não estão definidos. Mas ele adiantou que os sócios controladores, o Grupo Votorantim, da família Ermínio de Moraes, e o Banco do Brasil, devem seguir como acionistas da empresa.
“Não haverá saída completa dos atuais sócios”, disse ele. O anúncio acontece após anos de especulações sobre os planos dos sócios para o ativo. No começo do ano, o presidente-executivo do BB, Rubem Novaes, havia anunciado a contratação de uma consultoria para avaliar estratégias para o Banco Votorantim.
A oficialização dos planos de IPO acontece cerca de uma década após o BB ter comprado uma fatia de 49,99% no Banco Votorantim que pertenciam à holding controladora, na esteira dos efeitos de uma aguda piora nas condições de liquidez do cenário bancário internacional.
Após acumular prejuízos por três anos seguidos, o Banco Votorantim voltou ao azul em 2014 e desde então vem recuperando seus níveis de rentabilidade, que estão hoje ao redor de 15% no segundo trimestre deste ano.
Segundo Ferreira, o banco pretende seguir como líder no financiamento de veículos, sua principal fonte de receitas, mas a tendência que deve se aprofundar no médio prazo é de que o faturamento seja mais pulverizado, já que segmentos nos quais entrou nos últimos anos têm tido crescimento mais rápido.
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Há pelo menos dois anos, o Banco Votorantim tem feito parcerias operacionais e societárias com várias fintechs, incluindo GuiaBolso, aproveitando a tendência recente de expansão dos serviços financeiros por meio de plataformas tecnológicas.
No ano passado, o Banco Votorantim selou uma parceria com o Banco Neon, cujo parceiro foi liquidado pelo Banco Central.
O banco também tem sido ativo em outros nichos de crédito, como o financiamento estudantil e para compra de equipamentos de geração de energia solar.
Nono maior banco do país, com ativos totais de R$ 94 bilhões no fim de junho, o Banco Votorantim tem aproveitado o fato de ter uma estrutura maior do que a dos maiores bancos de varejo do país para se alinhar mais rápido às transformações do mercado. Dentre as alternativas em estudo pelo grupo estão o possível lançamento de um banco digital próprio, o que poderia correr simultaneamente à parceria com o Banco Neon.
“Já o mercado e pagamentos parece estar bem povoado, não temos estudo de uma iniciativa própria nossa para esse setor”, acrescentou.
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