Uma separação britânica da União Europeia, ou Brexit sem acordo pode atrasar as travessias comerciais pelo Canal da Mancha, dificultando as remessas de remédios e alimentos frescos, enquanto protestos se espalhariam por todo o Reino Unido, de acordo com a projeção mais pessimista divulgada pelo governo. As suposições da “Operação Martelo Amarelo” preparadas seis semanas atrás, poucos dias depois de Boris Johnson se tornar primeiro-ministro, formam a base do planejamento do Reino Unido para uma saída sem acordo.
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Os cenários foram divulgadas por exigência dos parlamentares que acusam o governo Johnson de esconder o impacto desastroso de uma eventual desfiliação sem um pacto, e podem agravar a tensão política enquanto o país ruma para o dia 31 de outubro, prazo para o rompimento com a UE.
O documento disse que a preparação dos setores público e privado para tal cenário provavelmente seria baixa, em parte por causa da confusão política às vésperas do Brexit. Inicialmente, os caminhões podem ter que esperar até dois dias e meio para cruzar o Canal da Mancha.
“Certos tipos de suprimentos de alimentos frescos diminuirão”, disse o documento. “Existe o risco de compras feitas por pânico causarem ou exacerbarem transtornos no suprimento… protestos e contraprotestos ocorrerão em todo o Reino Unido”.
Johnson diz que o país sairá no prazo, com ou sem um acordo. Parlamentares da oposição que se apropriaram da agenda legislativa na semana passada aprovaram uma lei que obriga o premiê a pedir um adiamento a menos que acerte um pacto com o bloco para evitar o caos.
O Parlamento foi suspenso desde então, e não há consenso nos tribunais a respeito do direito de Johnson de fazê-lo. Ele diz que quer uma eleição geral urgente para resolver o impasse, e seus oponentes dizem que só o deixarão convocar uma eleição quando a ameaça de um Brexit sem acordo tiver sido descartada.
O governo disse que o documento sobre a Operação Martelo Amarelo publicado na quarta-feira só revelou o pior cenário possível e que tem que se preparar para todas as contingências. Michael Gove, o ministro responsável pelos preparativos para uma saída sem acordo, disse que as suposições do texto de cinco páginas estão sendo revistas.
O opositor Partido Trabalhista disse que os documentos confirmam os riscos graves de uma ruptura sem um pacto, e exigiu que o Parlamento suspenso seja reconvocado “para esmiuçar estes documentos e adotar todas as medidas necessárias para impedir uma saída sem acordo”.
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