O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)vai antecipar quase R$ 10 bilhões em dividendos ao governo federal neste ano, ajudando o resultado fiscal da União, afirmou o presidente do conselho do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas.
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Diante da crise fiscal enfrentada pelo governo federal, que registrará novo déficit em 2019, e também da baixa demanda por recursos do BNDES por parte das empresas, o banco de fomento vai ajudar a União ao antecipar dividendos, acrescentou.
Até agora, o banco já aprovou R$ 4,9 bilhões em antecipação de dividendos ao governo em 2019, referentes ao lucro do primeiro semestre.
“O BNDES está fazendo seu papel, de um banco 100% do governo, de ajudar o lado fiscal. Dividendos ajudam na redução do déficit fiscal“, disse Freitas à Reuters na noite da última sexta-feira (25).
O BNDES vinha, até o momento, pagando dividendos segundo o piso previsto em seu estatuto, que é de 25%. Mas, para ajudar as contas públicas, o conselho do banco aprovou o pagamento dos dividendos pelo teto estabelecido no estatuto, que é de 60%. Além disso, os dividendos, que eram normalmente pagos no começo do ano subsequente, agora estão sendo pagos no ano corrente.
“O BNDES ainda deve os empréstimos e está antecipando. O BNDES não está emprestando muito e não precisa competir com os bancos privados. O BNDES é um banco para emprestar no longo prazo, pois tem o FAT como funding”, disse Freitas.
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Além dos R$ 4,9 bilhões já aprovados em antecipação de dividendos até agora, outros R$ 4,6 bilhões estão previstos até o fim do ano, segundo o presidente do conselho, totalizando 9,5 bilhões de reais em 2019.
Paralelamente, o BNDES se programa para devolver ao Tesouro este ano mais de R$ 120 bilhões, que foram irrigados no banco ao longo dos governos do PT. Desse valor, já foram liquidados R$ 70 bilhões, e outros R$ 30 bilhões estão previstos para serem devolvidos em breve.
De janeiro a setembro deste ano, o BNDES emprestou R$ 38 bilhões a empresas, uma queda de 13% ante igual período do ano passado. Com a economia andando de lado, o presidente do conselho do banco estima que os desembolsos devem fechar o ano na casa de R$ 55 bilhões a R$ 60 bilhões, um dos piores volumes dos últimos anos.
“Vemos que será o mínimo dos últimos anos, mas já vemos sinais de mudança“, disse Freitas. “Acho que ano que vem o PIB cresce entre 2% e 3% e os desembolsos sobem para 70 bilhões“, afirmou.
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