O dólar caminhava para a terceira sessão consecutiva de alta contra o real hoje (8), superando o patamar de R$ 4,10, em dia marcado pela desconfiança política após a decisão do STF de derrubar a possibilidade de prisão depois de condenação em segunda instância, com incertezas renovadas sobre um acordo entre Estados Unidos e China no exterior.
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Às 10:37, a moeda norte-americana avançava 1,03%, a R$ 4,1355 na venda. O dólar à vista fechou as duas sessões anteriores em alta, de 0,29% na véspera (7) e de 2,22% na quarta-feira (6), na esteira dos decepcionantes leilões da cessão onerosa devido à falta de empresas estrangeiras. Neste pregão, o dólar futuro tinha alta de 0,89%, a R$ 4,140.
O dia era marcado pela desconfiança no cenário doméstico, com os investidores preocupados sobre o impacto dos mais recentes desdobramentos políticos na economia.
Na quinta-feira, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a possibilidade de iniciar a execução de pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs à operação Lava Jato nos seus cinco anos e que deve levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Os ruídos políticos trazem uma certa cautela em semana marcada pelo leilão decepcionante do pré-sal”, disse Pablo Spyer, diretor da Mirae Assets. “Diminuiu o ímpeto otimista da queda do dólar.”
Nesta sexta-feira, a H. Commcor destacou em nota que “as reações no mercado tendem a ser negativas, tanto pela sensação de insegurança jurídica quanto pelo chamado ‘risco Lula'”.
“Nesse último aspecto, deve-se expor primeiramente a potencial instabilidade política adicional que a esquerda (fortalecida) promete, tanto em atritos com a atual gestão (politicamente fraca) quanto em termos da disputa presidencial para 2022”, explicou.
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No exterior, o otimismo comercial recente parecia perder força após uma notícia da Reuters informar que um acordo entre os Estados Unidos e a China para revogar tarifas existentes enfrenta forte oposição na Casa Branca e de conselheiros externos.
“O dólar sobe com um sentimento levemente negativo nos mercados internacionais”, explicou Spyer. “Houve um pouco de cautela devido à verdadeira novela da guerra comercial.”
O menor apetite por risco deixava as moedas emergentes pares do real, como o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano, em queda contra a divisa norte-americana.
O índice que mede o dólar contra as principais moedas operava em alta de 0,13%, a 98,270.
O Banco Central vendeu nesta sexta-feira 3.500 contratos de swap cambial reverso e US$ 175 milhões em moeda spot, de oferta de até 12 mil e US$ 600 milhões, respectivamente.
Adicionalmente, a autarquia também ofertará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento dezembro de 2019.
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