O dólar caía acentuadamente contra o real hoje (11), rondando os R$ 4,11, com dados domésticos recentes positivos e a expectativa de entrada de fluxos elevando o sentimento do mercado em dia de decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Às 11:03, o dólar recuava 0,79%, a R$ 4,1158 na venda. Na mínima intradia, a cotação chegou a tocar os R$ 4,1093. O dólar à vista fechou o pregão anterior em alta de 0,47%, a R$ 4,1486 na venda. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha perda de 0,75%, a R$ 4,1190.
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Segundo Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon, o movimento desta quarta-feira reflete o otimismo em relação à entrada de fluxos no Brasil. “Tivemos um ano difícil de fluxo, mas agora começaram a aparecer algumas perspectivas de entrada, como o IPO da XP. São fluxos recentes que fizeram com que melhorasse o cenário no Brasil.”
A plataforma de serviços financeiros XP precificou na terça-feira (10) a maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma empresa brasileira este ano, a US$ 27 por ação na Nasdaq, acima da faixa de preço inicial, e levantou US$ 2,25 bilhões, disseram fontes com conhecimento do assunto.
Além da perspectiva de ingressos, estavam no radar dos investidores as decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, que serão divulgadas nesta quarta-feira. A expectativa é de que o Fed mantenha inalterada sua taxa básica de juros em um nível entre 1,5% e 1,75% e de que o Copom corte a Selic a nova mínima histórica de 4,5%.
Para Abucater, o foco também está na ata do Copom, que pode ter grande impacto sobre o câmbio daqui para frente. “O corte na Selic está precificado, mas o que vai direcionar os mercados é como o BC se posiciona, se vai encerrar ou continuar o ciclo de cortes”, explicou. “Acho que o que vai interessar é a ata.”
A forte queda na taxa básica de juros brasileira desde o fim de 2016 tem sido um importante fator para a depreciação recente do real.
Em outubro de 2016, quando a Selic estava em 14,25% ao ano, o BC começou um ciclo de cortes que, intercalado com pausas, trouxe o juro básico à mínima histórica de 5,00% em outubro de 2019. No período, o real acumula depreciação de 22%, saindo de 3,25 por dólar para os atuais patamares em torno de 4,15 por dólar.
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O Banco Central vendeu nesta quarta-feira todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os US$ 500 milhões à vista ofertados.
No exterior, o índice que mede o dólar contra seis divisas fortes tinha leve alta de 0,06%. Contra emergentes pares do real, como peso mexicano, rand sul-africano e peso chileno, a moeda norte-americana registrava perdas.
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