O dólar tinha leve alta hoje (9), retomando a faixa de R$ 4,15, depois que dados fracos sobre as exportações chinesas contiveram o apetite por risco, com os investidores à espera do prazo de 15 de dezembro para a imposição de tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.
Também estavam no radar as reuniões de política monetária do Banco Central do Brasil, do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE), todas nesta semana. Às 10:44, o dólar avançava 0,25%, a R$ 4,1557 na venda.
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Na sexta-feira, no fechamento do mercado interbancário, o dólar recuou 1,02%, a R$ 4,1455, maior baixa percentual diária desde 23 de outubro e menor patamar de encerramento desde 11 de novembro.
O dólar futuro de maior liquidez registrava leve alta de 0,16% neste pregão, a R$ 4,1520.
O apetite por risco no exterior era reduzido nesta segunda-feira, após dados do fim de semana mostrarem que as exportações da China recuaram pelo quarto mês consecutivo em novembro, sublinhando a pressão persistente de sua guerra comercial contra os Estados Unidos.
O envio de bens chineses para o exterior caiu 1,1% no último mês em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados no domingo (8), ficando bem abaixo da expansão de 1% prevista por analistas consultados pela Reuters.
“Boa parte dos mercados abriu estável devido a dados da balança comercial da China abaixo do esperado. Isso deu uma sentida no mercado, e a falta de motivadores positivos prejudica o real”, explicou Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus, sobre o movimento do dólar nesta sessão.
Segundo ele, o dólar também está favorecido à medida que se aproxima o prazo de 15 de dezembro para a imposição de uma nova série de tarifas dos Estados Unidos sobre bens chineses.
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“O mercado está se preparando para o prazo de 15 de dezembro. Na verdade hoje há busca por segurança antes de mais tarifas na guerra comercial.”
Os contratos futuros de índices de ações dos Estados Unidos recuavam, enquanto as taxas dos Treasuries também cediam, evidência do clima mais conservador.
Além disso, há neste início de semana expectativas sobre as reuniões de política monetária no Brasil e no mundo, com perspectiva de redução da Selic a nova mínima histórica e de que o Fed mantenha sua taxa de juros inalterada depois de três cortes este ano.
A queda da Selic neste ano a sucessivas mínimas históricas tem pressionado o real, uma vez que tem reduzido o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo. Isso torna as aplicações em renda fixa local menos atrativas, afetando a perspectiva de ingresso de capital ao Brasil em busca de retornos e, por tabela, impactando a oferta de dólares no país.
No exterior, o índice do dólar contra seis divisas de países desenvolvidos recuava 0,09%, enquanto a moeda dos EUA tinha um desempenho misto frente a emergentes.
Nesta segunda-feira, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os 500 milhões de dólares em moeda à vista ofertados.
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