Enquanto o novo presidente-executivo da Boeing lida com a crise imediata do jato 737 MAX, ele também enfrenta perguntas urgentes dos reguladores europeus sobre um acordo para comprar o braço comercial da Embraer – visto como chave para sua estratégia de longo prazo.
Os reguladores da União Europeia que investigam o acordo de US$ 4,2 bilhões pediram mais de 1,5 milhão de páginas de informações e dados em mais de 20 anos de campanhas de vendas, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com o assunto.
O volume de pedidos destaca as preocupações da Comissão Europeia em relação a um acordo que suspeita que irá reduzir o número de participantes importantes no mercado global de jatos de três para dois, disseram as fontes, falando sob condição de anonimato.
Qualquer atraso ou descarrilamento da transação seria um revés adicional para a Boeing, que ontem (23) nomeou David Calhoun como seu novo presidente-executivo, em meio a uma crise devido à suspensão do seu 737 MAX, após dois acidentes fatais.
Calhoun conhece a Embraer de sua antiga função sênior na fabricante de motores General Electric e espera-se que se esforce muito para a união, disse uma fonte do setor.
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A Boeing concordou em comprar 80% da divisão de jatos comerciais da Embraer, que compete com o Airbus da Europa no mercado de aviões com menos de 150 assentos.
A Airbus já havia comprado o principal concorrente da família de jatos E2 de 80 a 120 assentos da Embraer da canadense Bombardier e está registrando vendas do renomeado A220 enquanto a aquisição da Embraer pela rival norte-americana faz progressos lentos.
Originalmente estabelecido para 2019, o acordo Boeing-Embraer foi adiado depois que a Comissão decidiu em outubro aprofundar uma investigação sobre concorrência, agora prevista para terminar no final de fevereiro.
As fontes disseram que a Comissão solicitou dados extras além das centenas de milhares de informações compartilhadas por outros reguladores e que estava examinando dados de mais de 1.000 campanhas de vendas reais ou potenciais em duas décadas.
Fontes dos EUA negam que o acordo reduza o setor de três para dois participantes, dizendo que os mercados principal e regional são separados, mesmo que a Airbus tenha um pé nos dois.
Agora, advogados de todos os lados aguardam para ver se a Comissão lança uma “declaração de objeções”, uma etapa que pode levar a um pedido de concessões para garantir a aprovação.
A Comissão e as empresas se recusaram a comentar.
Estados Unidos, Japão e China aprovaram o acordo e o Brasil deve confirmar o apoio preliminar em breve.
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