A plataforma de blockchain Ripple planeja ampliar parcerias com bancos do Brasil no mercado de remessas internacionais de recursos entre pessoas em 2020, à medida que a demanda por soluções instantâneas e baratas nesse setor cresce rapidamente.
Depois de ter firmado acordos com Santander, Bradesco, Rendimento e outros, e de ter aberto neste ano um escritório no Brasil, a companhia fundada no Vale do Silício deve anunciar nos próximos meses parcerias com mais instituições, inclusive com bancos digitais, disse à Reuters o diretor-geral da Ripple no Brasil, Luiz Antonio Sacco.
“Com os sucessivos avanços na regulação bancária brasileira para facilitar transações financeiras, inclusive internacionais, as oportunidades aqui vão crescer bastante nos próximos anos”, disse o executivo.
Segundo dados do Banco Central, o envio de dinheiro por pessoas físicas entre Brasil e outros países de janeiro a novembro somou US$ 4,6 bilhões um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
A maior parte dessas transações é feita por meio do Swift, sistema que integra bancos de diversos países, em um processo caro e que pode levar até uma semana, problema que novos arranjos de negócios têm prometido resolver.
Neste sentido, soluções envolvendo o blockchain, plataforma compartilhada de registros que permite processar transações de forma instantânea a custos muito baixos, têm proliferado. Sacco Neto diz que seus serviços de transferência por meio da Ripple podem custam até 10% dos valores cobrados pelos bancos, segundo relatos de parceiros.
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Aqui, o primeiro banco a usar a tecnologia da Ripple para remessas internacionais foi o Santander Brasil, em outubro do ano passado. Dois meses depois, a fintech de origem britânica Transferwise desembarcou no país, que rapidamente se tornou um de seus cinco principais mercados globais.
Segundo o diretor da companhia no país, o Brasil já representa cerca de 30% do volume total de transações de remessas feitas por meio de sua plataforma, que está presente em mais de 45 países.
De olho na movimentação de reguladores ao redor do mundo para eliminar entraves de transações financeiras transnacionais, a Ripple vem se expandido rápido. Na última sexta-feira (20), a companhia anunciou ter levantado uma captação de US$ 200 milhões junto a investidores.
O movimento deve dar fôlego para a companhia dar sequência ao ciclo de aquisições e parcerias, que neste ano incluiu a compra de uma fatia da MoneyGram, uma das maiores empresas de transferência de dinheiro do mundo.
CRIPTOMOEDAS
O avanço em remessas tem sido adotado pela companhia como forma de manter o crescimento enquanto reguladores têm indicado preferir discutir com mais calma a regras sobre criptomoedas.
A Ripple detém a estrutura por trás da XRP, uma das principais moedas virtuais do mundo.
De acordo com o chefe da empresa no Brasil, o foco no momento é discutir com bancos e reguladores possibilidades de convivência das criptomoedas com as operações tradicionais para dar maior eficiência às transações no sistema financeiro global.
“Nossa visão é a de uso das moedas digitais como meio de troca, não como investimento especulativo”, disse Antonio Sacco.
De todo modo, a empresa também segue avançando no setor. Em outubro, a Ripple anunciou investimento na Bitso, uma das maiores corretoras de criptomoedas do México, buscando ampliar atuação na América Latina com foco no Brasil.
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