A Suzano anunciou ontem (12) a venda de florestas de eucalipto no Estado de São Paulo para a rival Klabin e queda de mais de 20% no investimento de 2020 em relação aos recursos desembolsados neste ano.
A companhia afirmou que vendeu 14 mil hectares de florestas plantadas por cerca de R$ 400 milhões, com pagamento a ser realizado entre 2020 e 2026, dentro da estratégia da companhia de deixar sua alavancagem. As florestas são atualmente classificadas como ativo “não operacional da Suzano”.
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Segundo a Klabin, as florestas, que se somam a outras aquisições realizadas nos últimos meses, servirão para abastecimento de madeira para o primeiro ciclo de produção da nova fábrica de papel da companhia, o Puma II, no Paraná. A empresa afirmou que o custo médio total da madeira será “abaixo do previsto inicialmente”, mas não citou valores.
INVESTIMENTO MENOR
A Suzano, que enfrentou neste ano um quadro de excesso global de estoques de celulose que derrubou o preço da commodity e forçou a companhia a anunciar em novembro estratégia para vender ativos florestais e cortar investimentos, afirmou que seu conselho de administração aprovou plano de investimento de R$ 4,4 bilhões para 2020, ante um total revisado para baixo de R$ 5,7 bilhões em 2019.
A empresa terminou setembro com uma relação de dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 4,7 vezes em reais e de 4,3 vezes em dólares, ante níveis de 3,5 e 3,6 vezes, respectivamente, no final do primeiro semestre.
Do total a ser investido no próximo ano, R$ 3,6 bilhões serão destinados para manutenção das operações da Suzano.
A cifra de 2020 inclui R$ 200 milhões que estavam previstos para este ano mas que foram postergados.
A ação da Suzano fechou com oscilação negativa de 0,05% nesta quinta-feira, a R$ 39,16. A Klabin mostrou valorização de 0,5%, a 18,73 reais, ante alta de 1,1% do Ibovespa.
LICENÇA DE NOVA FÁBRICA?
A Suzano também revelou que tem uma licença de instalação de uma fábrica de celulose na região de Ribas do Rio Pardo (MS) com capacidade para produzir até 2,2 milhões de toneladas por ano.
Segundo a companhia, o investimento para a unidade está contemplado nas estimativas de 2019 e 2020, mas se encontram pendentes de pagamento. “Eventual futuro anúncio de expansão de capacidade de produção” será feito no devido tempo.
Junto com a licença, a Suzano também tem cerca de 100 mil hectares de terras no Estado, afirmou a companhia.
“Os ativos e a licença de instalação representam importante opcionalidade de crescimento para a companhia, sendo parte integrante de sua estratégia de ampliação da liderança de mercado e de competitividade global”, disse a Suzano.
Se levado adiante, o projeto em Ribas do Rio Pardo marcará a instalação da quarta fábrica de celulose no Estado, que já abriga a rival Eldorado Brasil Celulose.
“Um processo de instalação de indústria para chegar até este ponto, de ter licença ambiental e de instalação, demoraria entre três e quatro anos. Estes são indicativos de que Mato Grosso do Sul terá a quarta fábrica de celulose, mas ainda sem cronograma previsto”, disse em comunicado o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaime Verruck.
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