O dólar fechou em queda ante o real hoje (28), refletindo certa trégua nos mercados financeiros globais depois da forte aversão a risco da véspera (27) ditada pela escalada de temores relacionados ao coronavírus chinês.
A percepção é que autoridades estão empenhadas em conter a propagação do vírus, que já infectou mais de 4.500 pessoas e matou 106.
O dólar à vista fechou em queda de 0,37%, a R$ 4,1944 na venda, depois de superar R$ 4,23 ontem, as máximas em quase dois meses.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez recuava 0,38%, a R$ 4,1945.
A moeda norte-americana caía ante várias divisas emergentes, enquanto o Ibovespa subia quase 2% e as bolsas de Nova York avançavam entre 0,8% e 1,5%.
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Analistas dizem que o noticiário sobre o coronavírus começa a dividir atenções com outros temas. “Os mercados repercutem os balanços corporativos e aguardam a decisão da política monetária pelo Fed, que será anunciará amanhã (29)”, disse em nota a Elite Investimentos.
O Fed, o banco central dos Estados Unidos, anuncia na quarta-feira sua decisão de juros. A expectativa é de manutenção das taxas nos atuais patamares. Juros mais baixos nos EUA estimulam investidores a levar recursos para outros mercados, como emergentes, caso do Brasil – o que poderia ajudar a melhorar o fluxo cambial e valorizar a moeda doméstica.
Mais cedo, o mercado monitorou mais declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a desvalorização do real – que pode registrar o pior começo de um ano em uma década. Campos Neto não demonstrou preocupação com efeito da alta do dólar sobre a inflação e repetiu que a depreciação do real não tem sido acompanhada por aumento de prêmio de risco.
Na leitura do mercado, o presidente do BC indica que não vê urgência em intervir no câmbio nem incômodo na cotação do dólar perto de R$ 4,20.
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