O FBI está investigando a participação da empresa israelense fabricante de criadora de spyware NSO Group Technologies em possíveis invasões de empresas e cidadãos norte-americanos, bem como a suspeita de coleta de dados de governos, segundo quatro pessoas familiarizadas com o inquérito.
A investigação estava em andamento em 2017, quando funcionários do FBI tentavam descobrir se a NSO obteve de hackers norte-americanos qualquer código necessário para infectar smartphones, disse uma pessoa entrevistada pelo FBI à época e de novo em 2019.
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A NSO disse que vende seu software espião e suporte técnico exclusivamente a governos e que essas ferramentas devem ser usadas na perseguição de suspeitos de terrorismo e outros criminosos. A NSO afirma há muito tempo que seus produtos não podem mirar números de telefone dos EUA, embora alguns especialistas em segurança cibernética tenham contestado isso.
O FBI realizou mais entrevistas com especialistas do setor de tecnologia depois que o Facebook entrou com uma ação em outubro, acusando a NSO de explorar uma falha no serviço de mensagens WhatsApp, do Facebook, para hackear 1.400 usuários, de acordo com duas pessoas que falaram com agentes ou autoridades do Departamento de Justiça.
A NSO disse que não tinha conhecimento de nenhum inquérito.
“Nós não fomos contatados por nenhuma aplicação da lei dos EUA sobre tais assuntos”, disse a NSO em comunicado divulgado pela empresa de estratégia Mercury Public Affairs. A NSO não respondeu a perguntas adicionais sobre a conduta de seus funcionários, mas afirmou anteriormente que os clientes governamentais são os que fazem o hacking.
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Uma porta-voz do FBI disse que a agência “segue a política do Departamento de Justiça de não confirmar nem negar a existência de qualquer investigação, por isso não poderemos fornecer mais comentários”.
A Reuters não pôde determinar quais alvos suspeitos de hackers são as principais preocupações dos investigadores ou em que fase está a investigação. Mas a empresa é um foco, e uma questão-chave é o quão envolvida ela esteve em invasões específicas, disseram as fontes.
Parte da investigação do FBI visa compreender as operações comerciais da NSO e a assistência técnica que oferece aos clientes, de acordo com duas fontes familiarizadas com a investigação.
Os fornecedores de ferramentas de hackers podem ser processados sob a Lei de Fraude e Abuso de Computadores (CFAA) ou Lei de Escutas, se eles tiverem conhecimento suficiente ou envolvimento em uso inadequado, disse James Baker, consultor geral do FBI até janeiro de 2018.
A NSO é conhecida no mundo da cibersegurança por seu software “Pegasus” e outras ferramentas que podem ser fornecidas de várias maneiras. O software pode capturar tudo em um telefone, incluindo o texto sem formatação de mensagens criptografadas.
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