O julgamento de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Senado, começa hoje (21), em um raro uso do mecanismo constitucional para destituir um presidente, que só aprofundou a polarização dos eleitores dos EUA antes das eleições presidenciais de novembro.
Os democratas pediram ao Senado para destituir o presidente republicano do cargo, descrevendo-o como um perigo para a democracia norte-americana e a segurança nacional. Trump e seus advogados criticam o processo de impeachment, dizendo que ele não fez nada errado e que os democratas estão simplesmente tentando impedi-lo de ser reeleito.
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Está previsto que o julgamento televisionado terá os argumentos de abertura no Senado, controlado pelos republicanos, nesta semana, e votações sobre o trâmite do julgamento poderão ocorrer ainda nesta terça-feira. Isso incluiria decidir se o Senado deve, posteriormente, considerar intimações para testemunhas, como o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton.
Os 100 membros do Senado precisam decidir se condenarão Trump por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso decorrentes de negociação com a Ucrânia, que foram aprovadas pela Câmara dos Deputados, liderada por democratas, em 18 de dezembro.
“Se o Senado permitir que o presidente Trump permaneça no cargo, ele e os futuros líderes serão encorajados a saudar, e até recrutar, interferência estrangeira nas eleições nos próximos anos”, escreveram os democratas em um documento sobre o julgamento no fim de semana.
A equipe jurídica de Trump, em entrevista ontem (20), acusou os democratas de usar o impeachment como uma “ferramenta partidária em ano eleitoral”, e disse que o Senado deveria agir rapidamente para absolvê-lo.
Absolvição quase certa
O julgamento de um presidente dos EUA deveria ser um momento carregado de drama e com enorme risco político. Mas os mercados financeiros têm demonstrado desdém, e as revelações da investigação de impeachment de meses até agora fizeram pouco para aumentar o sentimento anti-Trump entre os eleitores indecisos ou afastar os eleitores republicanos moderados.
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Trump tem buscado reunir sua base com a questão do impeachment, levantando recursos e se colocando como vítima de uma caça às bruxas. O processo deve começar por volta da 15h (horário de Brasília) e o julgamento deve continuar seis dias por semana, de segunda a sábado, até o final de janeiro.
Os argumentos de abertura podem durar quatro dias e se estender até a noite, com os deputados democratas argumentando contra Trump e a equipe jurídica do presidente respondendo.
Este é apenas o terceiro julgamento de impeachment na história dos EUA. Nenhum presidente foi destituído por impeachment, um mecanismo que os fundadores da nação –preocupados com um monarca em solo norte-americano-– planejaram para expulsar um presidente por “traição, suborno ou outros crimes e contravenções graves”.
Com uma maioria de dois terços necessária no Senado para remover Trump do cargo, ele quase que certamente será absolvido por seus correligionários republicanos na Casa. Mas o impacto do julgamento em sua candidatura à reeleição está longe de ser claro.
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