Os titãs de tecnologia e internet foram os primeiros a atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado, mas as próximas empresas norte-americanas que podem alcançar tal feito são mais conhecidas por seus cartões plásticos.
A tendência positiva no mercado acionário está impulsionando as ações das empresas de cartões de crédito e débito Visa e Mastercard a subirem nos gráficos de valor de mercado, onde atualmente ocupam o 7º e o 11º lugares entre as empresas no índice de referência S&P 500. Os preços das ações da Visa e da Mastercard avançaram aproximadamente 50% no ano passado.
Embora as ações possam não acompanhar esse ritmo acelerado, a Visa e a Mastercard valerão mais de US$ 1 trilhão em 2023 se os ganhos médios anuais dos últimos três anos continuarem, superando Facebook e Berkshire Hathaway, se elas também mantiverem o ritmo recente.
Alimentando sua ascensão está uma mudança em direção a transações financeiras sem dinheiro, impulsionada por um aumento nas compras online.
“Tudo viaja nos trilhos deles”, disse Sandy Villere, gestora de portfólio do Villere Balanced Fund, que detém ações da Visa. “Eles literalmente ficam no meio dos bancos, consumidores e comerciantes e esse é um lugar realmente invejável.”
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A Visa tinha um valor de mercado de US$ 449 bilhões e a Mastercard estava com cerca de US$ 324 bilhões no fechamento de ontem (30). Atualmente, o clube de US$ 1 trilhão inclui Apple, Microsoft e Alphabet, dona do Google.
A Amazon.com está em US$ 927 bilhões, embora as ações da líder do comércio eletrônico tenham se valorizado na esteira do seu balanço trimestral na quinta-feira após o fechamento do pregão, colocando-a em posição de quebrar a barreira de US$ 1 trilhão, como ocorreu brevemente em setembro de 2018.
As receitas da Visa e da Mastercard quase dobraram nos últimos cinco anos fiscais, para quase US$ 23 bilhões (Visa) e cerca de US$ 17 bilhões (Mastercard), segundo dados da Refinitiv. O lucro por ação ajustado mais do que dobrou para as duas empresas nesse período.
A Visa divulgou receita trimestral na quinta-feira, um pouco aquém das estimativas dos analistas, um dia depois que a Mastercard superou as projeções trimestrais de lucro.
Cerca de 43% das compras de consumidores em todo o mundo, exceto a China, são feitas usando uma forma de pagamento digital, acima dos 28% em 2010, de acordo com Lisa Ellis, analista sênior da Moffett Nathanson.
“Globalmente, ainda temos cinco a 10 anos, pelo menos, para penetrar”, disse Ellis.
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A Visa detém uma participação de 60% no mercado de cartões de crédito e débito, seguida pela Mastercard com 30%, de acordo com Ellis, e a American Express muito atrás, com 8,5%.
Apesar de sua importância em finanças, Visa e Mastercard são categorizados como parte do setor de tecnologia da informação do S&P 500. Enquanto a Apple, a Microsoft e empresas de chips como a Intel muitas vezes recebem a maior parte da atenção, a Visa e a Mastercard foram as principais contribuintes para a recuperação das ações de tecnologia.
As cotações subiram para máximas em pelo menos uma década. A Visa negocia cerca de 31 vezes as estimativas de ganhos de 12 meses, enquanto a Mastercard negocia 35 vezes, de acordo com o Refinitiv Datastream. Ambas as ações estão sendo negociadas com um prêmio maior ao mercado do que em média nos últimos cinco anos.
Ellis disse que os riscos para as empresas incluem maior concorrência no setor de pagamentos por parte de grandes empresas de tecnologia, além de regulamentações mais rígidas de governos ao redor do mundo que podem dificultar o acesso.
As empresas não estão paradas. No início deste mês, a Visa concordou em comprar a Plaid em um acordo de US$ 5,3 bilhões para aumentar o acesso à tecnologia financeira, e em agosto a Mastercard aceitou adquirir a maioria dos negócios de serviços corporativos do grupo de pagamentos escandinavo Nets por cerca de US$ 3,19 bilhões.
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