O dólar fechou abaixo de R$ 5 hoje (26), no menor patamar em quase duas semanas, na esteira de novo dia em que investidores se afastaram da segurança da moeda norte-americana diante da percepção de que medidas de bancos centrais e governos vão garantir farta liquidez na divisa em todo o mundo.
Líderes do G20 prometerem fazer o que for preciso para estabilizar a economia mundial, garantir empregos e salvar vidas diante da crise do coronavírus e afirmaram que podem injetar US$ 5 trilhões na economia mundial para isso.
O mercado discutiu ao longo do dia a chance de mais estímulos além do pacote de US$ 2 trilhões aprovado pelo Senado dos EUA na véspera, caso o número recorde de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA divulgado nesta quinta se repita. Mais de 3 milhões de norte-americanos solicitaram seguro-desemprego na semana passada, em muito superando o pico anterior.
Ainda que tenha se afastado das mínimas do dia, o dólar à vista fechou em queda de 0,75%, a R$ 4,9957 reais, menor cotação para um encerramento desde o último dia 13 (R$ 4,8128). Na mínima intradiária, bateu R$ 4,9742.
A queda foi a terceira consecutiva, o que não ocorria desde dezembro do ano passado. A moeda acumulou desvalorização de 2,78% nas últimas três sessões e está 3,92% abaixo da máxima histórica de fechamento alcançada no último dia 18 (R$ 5,1993).
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Na B3, o dólar futuro tinha baixa de 0,42% nesta sessão, a R$ 5,0160.
O Banco Central não realizou operações de câmbio nesta quinta. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que a política cambial do BC tem tido sucesso em garantir liquidez no mercado e é consistente com o propósito da autarquia. Para ele, o real tem se comportado “mais ou menos” em linha com as outras moedas.
No ano, o real perde 20,27% ante o dólar, em termos nominais, pior desempenho entre 34 rivais da divisa dos EUA, mas seguido de perto por quedas entre 17% e 20% de rublo russo, rand sul-africano, peso mexicano e peso colombiano
O índice do dólar contra uma cesta de moedas caía 1,6% no fim da tarde desta quinta, para mínimas em uma semana, e está 3,53% abaixo do pico em cerca de três anos alcançado no último dia 20.
Apesar do ajuste recente de baixa e de BCs terem voltado a abrir a torneira de dólares, analistas do Bank of America acreditam que a moeda ainda tenderá a se fortalecer neste ano. O BofA até vê alguma continuidade de correção para baixo contra divisas de beta mais alto (geralmente mais voláteis), mas lembra que anos de recessão e maior incerteza costumam ser acompanhados de fortalecimento do dólar. “A severidade dos choques econômicos e de mercado relacionados ao Covid-19 sugere mais apreciação do dólar à frente”, disseram analistas do banco em relatório.
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Estrategistas do banco canadense Scotiabank projetam que o dólar fechará este ano em R$ 4,84, mas não sem antes encerrar o segundo trimestre em R$ 5,12.