O dólar fechou em alta de mais de 2% ante o real hoje (27), chegando a se aproximar de R$ 5,13 na máxima, num pregão de fortalecimento da divisa frente a rivais emergentes diante de renovados temores sobre o coronavírus.
A moeda norte-americana subia 0,9% e 2,3% ante algumas das principais divisas emergentes nesta sessão, mas caía frente a vários pares de mercados desenvolvidos. Para alguns analistas, essa divergência aponta um cenário em que os emergentes vão sentir mais os efeitos da crise do que o mundo rico.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, demonstrou nesta sexta-feira particular preocupação com os mercados emergentes, que, segundo ela, precisarão de mais de US$ 2,5 trilhões para lidar com a crise.
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Além disso, o mercado segue sem bases para avaliar os efeitos da crise. “A profundidade e a duração da queda econômica e do mercado permanecem altamente incertas devido à falta de padrões históricos apropriados para modelar as dinâmicas macro”, disse o Goldman Sachs em nota.
O banco espera que o PIB do Brasil contraia 3,4% em 2020, com a Selic, o juro básico, descendo a 3% (ante os atuais 3,75%). Quanto menor o juro, menos atrativo para o estrangeiro é o investimento em renda fixa no Brasil em comparação a outros mercados, o que prejudica a expectativa de ingresso de capital no país.
O dólar à vista fechou hoje em alta de 2,22%, a R$ 5,1066 na venda. Durante os negócios, chegou a R$ 5,1291.
No acumulado da semana, a cotação ganhou 1,58%. Em seis semanas consecutivas de alta, o dólar disparou 18,73%.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez se apreciava 1,51% nesta sessão, a R$ 5,0980, às 17h23.
Contra uma cesta de moedas do G10 – que inclui as divisas da zona do euro, Japão e Canadá –, o dólar caía 1%. A Câmara dos EUA aprovou o pacote histórico de US$ 2,2 trilhões para ajudar a economia a enfrentar a crise do coronavírus. Junto com outras medidas, a ação reforça perspectiva de liquidez no mundo.
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