A Braskem teve prejuízo líquido de 2,9 bilhões de reais no quarto trimestre do ano passado, desempenho que fez a maior petroquímica da América Latina fechar 2019 com um resultado negativo de R$ 2,8 bilhões, três vezes maior que o esperado pela média de previsões de analistas da companhia.
A empresa controlada pela Odebrecht e pela Petrobras afirmou que o prejuízo bilionário no ano veio depois que fez provisão de 3,4 bilhões de reais. A reserva é relacionada à reparação de danos a milhares de vítimas de consequências atribuídas por autoridades às atividades de mineração do grupo em Alagoas e a outras ações como encerramento de poços de extração de sal-gema em Maceió.
A Braskem afirmou ainda que o resultado do quarto trimestre foi pressionado pela desvalorização do dólar contra o real. Um ano antes, a Braskem havia tido prejuízo de 78 milhões de reais no quarto trimestre.
Operacionalmente, o resultado dos três últimos meses de 2019 também mostrou queda. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 1,05 bilhão de reais, queda de 36% na comparação com o terceiro trimestre e tombo de 45% em relação ao desempenho do quarto trimestre de 2018.
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Mas no ano, o Ebitda de 7,84 bilhões de reais ficou acima da média de expectativas de analistas, de 7,27 bilhões de reais, segundo dados da Refinitiv, apesar de ter sido 31% menor que o obtido em 2018.
O resultado do ano passado só não foi mais fraco, entre outros fatores, porque o grupo monetizou cerca de 280 milhões de reais de créditos tributários, conta que a companhia espera subir para 783 milhões ao longo de 2020.
Também em 2020, e apesar das previsões de risco de recessão global em decorrência da pandemia de coronavírus, a Braskem projeta investimento de cerca de 3 bilhões de reais, 8% acima dos 2,77 bilhões desembolsados no ano passado, segundo o balanço divulgado no fim da noite de sexta-feira. Em dólares o desembolso previsto, 721 milhões, é ligeiramente acima dos 700 milhões realizados em 2019.
A Braskem reduziu no Brasil produção de eteno e propeno no quarto trimestre sobre um ano antes, em 11% cada, enquanto a demanda brasileira de resinas no período, segundo a empresa, subiu 4%.
Já as vendas de resinas subiram 3% e as de “principais químicos” recuaram 14% no país. As exportações de resinas ficaram estáveis, mas as de principais químicos caíram 28%.
A Braskem afirmou no balanço que “as operações foram influenciadas pela parada programada em uma das linhas da central da Bahia, pela sazonalidade do período no mercado global, impactando as referências internacionais de preços de resinas e principais químicos”.
A companhia encerrou 2019 com uma piora na relação dívida líquida sobre Ebitda recorrente em dólares, que passou de 2,18 no fim de 2018 para 4,71 vezes no fim do ano passado.
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