A Apple lançou ontem (15) uma versão menor do iPhone com preço de 399 dólares, reduzindo o preço inicial da linha em uma estratégia para avançar sobre consumidores impactados pelos efeitos econômicos da pandemia de coronavírus. Aqui no Brasil, o aparelho custará entre R$ 3,7 mil e R$ 4,5 mil, enquanto a linha iPhone 11, lançada em 2019, varia entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
O aparelho também pode atrair mais usuários para os serviços da Apple, uma crescente fonte de receita para a empresa.
LEIA MAIS: Apple e Google vão criar tecnologia de rastreamento de contatos para combater Covid-19
O iPhone SE, disponível a partir de 24 de abril, é a segunda geração de um modelo anterior. O preço é US$ 50 mais barato do que o modelo anterior mais barato da Apple, o iPhone 8, de US$ 449, que será descontinuado.
Segundo a empresa, a linha SE busca atender quem busca um smartphone com tamanho menor, mais barato e de alta performance. O SE tem tela de 4,7 polegadas e o mesmo processador do modelo mais avançado da Apple, o 11 Pro. Porém, o aparelho não tem conectividade 5G nem o sistema de destravamento do aparelho via leitura da face do usuário. Em vez disso, o modelo tem sensor de impressão digital. Outro detalhe é a presença de uma câmera traseira com apenas uma lente – algo que até mesmo aparelhos Android de preço intermediário já deixaram para trás.
Todos os modelos anteriores do iPhone foram apresentados em eventos com grandes plateias, mas aglomerações estão proibidas na cidade que abriga a sede da Apple, na Califórnia.
Ben Bajarin, analista da empresa de pesquisa de mercado Creative Strategies, afirmou que a Apple provavelmente percebeu que muitos consumidores estavam comprando modelos mais antigos como o iPhone 8 em vez do novo 11 Pro, que custa US$ 999, “e grande parte disso provavelmente ocorre por causa do preço”.
“Ter um aparelho que você tem certeza que vai durar ao longo do tempo é exatamente o que os consumidores querem.”
O iPhone SE também tem um case de alumínio e vidro e virá nas cores preto, branco e vermelho e se parece muito com o iPhone 8, mas com melhores componentes. O tamanho da tela é o mais popular entre os modelos da Apple, que afirma que já vendeu 500 milhões de aparelhos com este tamanho.
Encaixe
Para analistas, o aparelho deve ser visto como um produto com potencial para atender a alguns tipos de consumidores. “Há um grupo de pessoas, cerca de 15% do total, que buscam telefones novos, mas que sejam pequenos e caibam na mão”, afirma Frank Gillett, vice-presidente de pesquisas da consultoria Forrester. Outra demanda específica, diz o analista, é a de empresas que buscam telefones corporativos e podem ter no iPhone SE bom custo-benefício. “São clientes que compram um celular pela segurança e usabilidade, não pela qualidade da câmera”, concorda Annette Zimmermann, vice-presidente de pesquisas do Gartner.
Ela afirma ainda que o aparelho pode fazer bastante sentido para usuários fiéis da Apple, mas que costumam esperar alguns anos para trocar de celular. “O fato de ter surgido em meio a uma crise econômica reforça ainda mais esse potencial”, diz Annette. “Vale lembrar que a Apple olha só para seus usuários, mas não está de olho em quem hoje compra um aparelho mais barato com sistema Android.”
Para Annette, o lançamento deste iPhone SE não garante que tudo está bem na linha de produção da empresa de Tim Cook – hoje, boa parte da fabricação de produtos da Apple é feita na China, bastante afetada pelo coronavírus. “Pode haver problemas para suprir a demanda nos próximos meses e é bastante possível que vejamos um atraso no próximo iPhone”, afirma.
Tradicionalmente, a empresa lança aparelhos com grandes inovações na primeira quinzena de setembro. “É bastante improvável que vejamos um iPhone novo em setembro ou outubro”, reiterou o analista Daniel Ives, da Wedbush Securities.
VEJA TAMBÉM: Apple e Casa Branca lançarão aplicativo sobre Covid-19
Na China, rivais como a Xiaomi lançaram no mês passado modelos com recursos 5G e preço a partir de US$ 425.
A Apple aceitará pedidos do novo aparelho por meio de seu site a partir de sexta-feira (17), com entregas a partir do dia 24. (Com Agência Estado e Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.