O criador da Uber, Travis Kalanick, foi afastado do comando da companhia de transporte individual de passageiro privado em junho deste ano. A demissão de sua própria empresa foi consequência do desgaste da relação entre Kalanick e os investidores, tanto por questões administrativas – a falta de resultados positivos nas operações depois de sete anos de existência – quanto por causa dos escândalos de sexismo e violência sexual amplamente noticiados. Os investidores tampouco aprovavam o comportamento de Kalanick e dos altos diretores da empresa, responsável, muitas vezes, pela desvalorização das ações.
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No último domingo (27), o Conselho de Administração escolheu um novo presidente para a companhia, Dara Khosrowshahi, que tem um histórico de gerar crescimento e, ao mesmo tempo, lucro em sua empresa anterior, a Expedia.
Por aqui, o BNDESPar, braço de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e um dos principais acionistas da JBS, manifestou desconforto com a presença de Wesley Batista à frente da presidência da empresa depois do envolvimento dele e de seu irmão, Joesley, em operações de suborno de políticos e do acordo de delação premiada fechado em maio. Apesar de o Conselho ter manifestado apoio ao executivo nesta segunda-feira (28), o banco estatal acusa a conduta do empresário de ter sido responsável pela queda de quase 30% no valor das ações só em 2017. O destino de Wesley será decidido em um assembleia em 1º de setembro.
A seguir, veja outros casos de demissão de CEOs amparadas por desde a falta de bons resultados financeiros até condutas inapropriadas fora do exercício do cargo.
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Getty Images 1. Mark Fields (Ford)
O CEO Mark Fields foi demitido do cargo devido à desaceleração das vendas da montadora nos Estados Unidos e na China, o que derrubou o lucro da companhia em 38% em 2016. Fields foi substituído por Jim Hackett, que prosseguiu com o programa, implantado por Fields, de desenvolvimento de carros autônomos e elétricos, medida para enfrentar a concorrência de novos players no setor, como a Tesla, que ultrapassou a tradicional montadora em valor de mercado em abril de 2017.
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Getty Images 2. Michael Brown (Symantec)
A empresa de soluções de segurança cibernética Symantec começou a ter uma queda de receita em 2014, ano em que Michael Brown se tornou CEO da empresa. A receita, em 2015, registrou diminuição de 9%, para US$ 1,9 bilhão, enquanto a venda para as soluções de cibersegurança corporativa declinou 2%. Sob a gestão de Brown, a Symantec não se adaptou ao novo cenário de constantes ataques hackers. Em abril de 2016, Brown foi substituído por Greg Clark.
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Getty Images 3. Donnie Smith (Tyson Foods)
A Tyson Foods é a maior processadora de carnes dos Estados Unidos. Sob o comando de Donnie Smith desde 2009, a empresa teve um desempenho financeiro sólido, sendo um dos destaques da bolsa de valores norte-americana. Em outubro de 2016, entretanto, a Tyson foi acusada de montar um cartel com seus concorrentes, que controlavam a oferta para manter o preço elevado, o que levou a uma redução na expectativa de receita e lucro da companhia e uma queda de 15% no preço das ações. Embora negasse as acusações de ter participado do conluio, Smith saiu do cargo em dezembro de 2016 e foi substituído por Tom Hayes.
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Getty Images 4. Desmond Hague (Centerplate)
Polêmica na vida pessoal também contribui para o afastamento de altos executivos. Foi o que aconteceu com Desmond Hague, CEO da Centerplate, empresa de catering que fornece alimentos para os centros esportivos de quatro grandes ligas dos Estados Unidos e Canadá. Hague foi flagrado pelas câmaras de segurança chutando um cachorro no elevador de um hotel em Vancouver, Canadá. Inicialmente, a Centerplate havia decidido por uma punição mais leve, mas a indignação de grupos protetores dos animais e dos frequentadores das arenas esportivas levaram, em setembro de 2014, à demissão do executivo.
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Getty Images 5. Dov Charney (American Apparel)
O fundador e CEO da marca de vestuário American Apparel, Dov Charney, foi afastado do cargo em junho de 2014 devido a uma denúncia de assédio sexual. Contribuiu para o afastamento, além disso, o balanço financeiro da empresa, que estava no negativo desde 2009.
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Getty Images 6. Gurbaksh Chahal (RadiumOne)
Outro fundador que foi afastado do comando da empresa por má conduta fora dos negócios. O indiano Gurbaksh Chahal foi demitido, em abril de 2014, da RadiumOne, empresa de publicidade online, depois de ser condenado a três anos de prisão em regime semi-aberto e a 25 horas de serviços comunitários. Chahal foi acusado de violência doméstica contra a sua namorada.
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Getty Images 7. Andrew Mason (Groupon)
Os resultados financeiros do último trimestre de 2012 levaram à queda de Andrew Mason do cargo de CEO do Groupon, em fevereiro de 2013. Com prejuízo e queda de 25% do valor das ações em um único dia, os acionistas pressionaram e conseguiram a renúncia de Mason do cargo.
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Getty Images 8. Carol Bartz (Yahoo)
Durante a gestão da CEO Carol Bartz, os sites do Yahoo conseguiram um alto índice de audiência. Entretanto, o lado financeiro pesou, e o baixo lucro levou à demissão da executiva pelo presidente do Conselho de Administração do portal, em 2011.
1. Mark Fields (Ford)
O CEO Mark Fields foi demitido do cargo devido à desaceleração das vendas da montadora nos Estados Unidos e na China, o que derrubou o lucro da companhia em 38% em 2016. Fields foi substituído por Jim Hackett, que prosseguiu com o programa, implantado por Fields, de desenvolvimento de carros autônomos e elétricos, medida para enfrentar a concorrência de novos players no setor, como a Tesla, que ultrapassou a tradicional montadora em valor de mercado em abril de 2017.