Resumo:
- Lego sobe duas posições em relação a 2018 e o ocupa o primeiro lugar do ranking de 2019;
- Meta da companhia de blocos de brinquedo é tornar suas peças 100% sustentáveis até 2030;
- Empresa de cosméticos nacional, Natura sobe duas posições em relação a 2018;
- Companhias listadas pelo Reputation Institute possuem receita superior a US$ 1 bilhão e são conhecidas por mais de 20% da população em geral;
Algumas das maiores empresas do mundo estiveram no modo de gerenciamento de crise durante o ano de 2018, juntando as peças da reputação perdida pelos escândalos. Enquanto muitas companhias ainda não recuperaram essa confiança, outras fizeram avanços significativos, impulsionados por um compromisso com a responsabilidade corporativa.
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“Em 2018, observamos um desgaste da confiança. Como consequência, as empresas estão passaram a propor maior transparência e padrões éticos mais altos”, diz Stephen Hahn-Griffiths, diretor de reputação do Reputation Institute, um instituto de serviços de medição e gerenciamento de reputação. Desde 2011, o RI publica o CR RepTrak, um estudo anual de companhias com as melhores reputações em responsabilidade corporativa do mundo. O ranking deste ano revelou um aumento de 1,6 ponto, o suficiente para compensar o declínio médio de 1,4 pontos registrado em 2018.
“Não necessariamente as empresas fizeram algo drasticamente diferente, mas estão realizando um trabalho melhor, dando razões para acreditar que têm boas intenções”, diz Hahn-Griffiths. “Elas optaram por escolher um ponto que importa, em vez de tentar resolver tudo, e isso causou um aumento nas pontuações de responsabilidade corporativa”.
No mundo de hoje, a responsabilidade corporativa é tão essencial para o sucesso dos negócios quanto o desempenho financeiro, e as organizações que adotaram uma abordagem mais ponderada a esta questão sem dúvida se posicionaram para conquistar corações e mentes no âmbito da opinião pública. “Essa é a oportunidade estratégica para qualquer empresa hoje”, diz Hahn-Griffiths. “Explique ao mundo o que você está fazendo para ter um impacto positivo na sociedade de uma maneira única para sua organização -que pode fazer uma grande diferença.”
Nenhuma empresa demonstrou seu compromisso com a responsabilidade corporativa como a Lego. A fabricante de brinquedos dinamarquesa subiu duas posições e ficou em primeiro na lista deste ano, graças aos seus esforços constantes de sustentabilidade ambiental, evidentes mesmo nos blocos de construção coloridos de brinquedo, que se tornou a marca registrada da empresa.
No ano passado, a Lego começou a produzir peças feitas de polietileno à base de plantas, o primeiro de muitos passos para alcançar sua missão de tornar todas as peças sustentáveis até 2030. A empresa também aumentou mais sete pontos percentuais na meta de reciclar 100% do seu lixo operacional até 2025 e também está adiantada no cronograma para cumprir o objetivo de gerar tanta energia renovável quanto seus negócios consomem (por meio de investimentos em parques eólicos offshore na Alemanha e no Reino Unido). “A Lego elevou o padrão no compromisso com o planeta”, diz Hahn-Griffiths. “Isso tornou a responsabilidade corporativa uma prioridade para a empresa, que está implícita em tudo o que faz”.
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Outra organização que fez da sustentabilidade uma prioridade de negócios é a Danone. O conglomerado de alimentos com 100 anos de idade pode até estar sediado na França, mas a evidência da sua iniciativa “Um planeta, uma saúde” -que, como o nome sugere, busca melhorar a saúde do mundo e de todos os que o habitam- é tão onipresente quanto o iogurte pelo qual é conhecido.
Na Argentina, por exemplo, a Danone colaborou com organizações sem fins lucrativos e funcionários do governo local para construir o primeiro centro de educação infantil de Salta, onde nutricionistas e pediatras se disponibilizam para orientar os pais durante os primeiros 1.000 dias da vida de seus filhos. Além disso, na Nova Zelândia, a empresa tomou medidas com foco no seu objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, investindo US$ 20 milhões em uma fábrica que converte leite cru em fórmula infantil para reduzir as emissões de CO2 das plantas em 20.000 toneladas a cada ano.
A empresa da Danone nos EUA, a Danone North America, tornou-se uma companhia certificada B Corp (que segue determinados padrões de transparência, responsabilidade e desempenho) no ano passado e, como a organização trabalha para garantir que todas as suas entidades recebam a mesma distinção até 2030, pode não ser irracional pensar que ela, classificada como número 19, continuará a subir no ranking de reputação. “A Danone é realmente uma empresa que representa um movimento”, diz Hahn-Griffiths. “Não apenas é estabelecida como uma B Corp, mas também abraçou verdadeiramente os objetivos ESG, estabelecidos pelas Nações Unidas.”
Os objetivos aos quais Hahn-Griffiths está se referindo são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma lista de 17 metas econômicas, ambientais e sociais que os signatários pretendem alcançar até 2030. Da mesma forma que a Danone, a ExxonMobil também alinhou seus objetivos de sustentabilidade aos da ONU, e isso fez toda a diferença aos olhos do público em geral. Embora a gigante americana de petróleo e gás ainda não tenha entrado no top 100 deste ranking, mostrou um compromisso suficiente com as metas da ONU para conquistar o título de “empresa mais aprimorada”, de modo a aumentar sua reputação de responsabilidade corporativa 4,9 pontos desde o ano passado.
Recentemente, tendo investido US$ 100 milhões em pesquisa e desenvolvimento para níveis de emissão mais baixos ao lado do Laboratório Nacional de Energia Renovável e do Laboratório Nacional de Tecnologia de Energia, ambos do Departamento de Energia dos EUA -iniciativa que faz parte de um pacote de investimentos de US$ 16,5 bilhões, destinados a tecnologias de eficiência energética, desde 2000 -a ExxonMobil pode muito bem estar a caminho de contrariar a tendência das empresas do campo, entre as menos respeitáveis. “As companhias do setor de energia estão entendendo que a verdadeira história não está no petróleo, mas em outras fontes de energia, nas quais estão investindo para respeitar o planeta”, diz Hahn-Griffiths. “A responsabilidade corporativa não é mais opcional, é fundamental para qualquer negócio. Contudo, é especialmente importante para empresas que buscam melhorar sua reputação.”
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Com a reputação da comunidade empresarial em alta, melhor do que em 2018, a maioria das organizações ainda tem um longo caminho a percorrer. As empresas com alguma esperança de progredir não podem considerar a responsabilidade corporativa simplesmente uma preocupação dos cargos de liderança. “A realidade é que todo funcionário tem um papel a desempenhar no cumprimento da responsabilidade corporativa. Caso contrário, ele pode realmente criar riscos para a empresa”, diz Hahn-Griffiths. “O compromisso com a responsabilidade empresarial pode definir o legado de uma empresa.”
Metodologia
Para elaborar a lista, o RI entrevistou mais de 230 mil pessoas em 15 países, de janeiro a fevereiro de 2019. As empresas consideradas têm, normalmente, receita superior a US$ 1 bilhão, presença em todos os países pesquisados e são conhecidas por pelo menos 20% da população em geral.
Veja, na galeria de imagens a seguir, as 10 empresas com melhor reputação em responsabilidade corporativa em 2019:
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Reprodução 10ª.Ikea
Colocação em 2018: 10ª
Sede: Holanda -
Reprodução 9ª.Lavazza
Colocação em 2018: 32ª
Sede: Itália -
Reprodução 8ª.Intel
Colocação em 2018: 13ª
Sede: Estados Unidos -
Reprodução 7ª. Havaianas
Colocação em 2018: 28ª
Sede: Brasil -
Anúncio publicitário -
Reprodução 6ª. Bosch
Colocação em 2018: 7ª
Sede: Alemanha -
Reprodução 5ª. The Walt Disney Company
Colocação em 2018: 2ª
Sede: Estados Unidos -
Reprodução 4ª. Google
Colocação em 2018: 1ª
Sede: Estados Unidos -
Reprodução 3ª. Microsoft
Colocação em 2018: 6ª
Sede: Estados Unidos -
Reprodução 2ª.Natura
Colocação em 2018: 4ª
Sede: Brasil -
Reprodução 1ª. Lego
Colocação em 2018: 3ª
Sede: Dnamarca
10ª.Ikea
Colocação em 2018: 10ª
Sede: Holanda
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